Desculpe o transtorno, mas eu vou panfletar mais uma série adolescente (vale a pena!)


(Foto: Grown-ish/Divulgação)

Eu conheci Grown-ish entre 2018 e 2019, não lembro exatamente, mas sei que achei de forma aleatória no catálogo da Netflix. O fato de ter um elenco majoritariamente não-branco e tratar de dilemas do jovem adulto foram o suficiente para me despertar a atenção. Lembro de me identificar de cara com a Zoey Johnson, a protagonista, interpretada pela Yara Shahidi. Os motivos? Além do fato de ser negra, era porque ela estava saindo de casa para ir para a faculdade – e eu estava bem nessa transição de ir morar sozinha.

Grown-ish não tem nada de excepcional e extraordinário, a beleza e o “valer a pena” está justamente nas banalidades, no dia a dia, no fato de ser “mais uma série” com questões do adultecer. O diferencial dela é o enfoque na negritude como fio condutor do enredo, mas, além de racismo, tem sexualidade, questões religiosas, tem vida financeira, problemas com amizades, corações partidos e tudo que nos deparamos no cotidiano.

(Sério, tem um episódio sobre a solidão da mulher negra que é absolutamente perfeito. Tem outro sobre o movimento estudantil. Tem sobre os protestos contra o Trump e um debate sobre política com um homem negro de esquerda e uma latina de direita. Ai, perfeito, escuta o que eu tô dizendo. Confia!)

A série tem quatro temporadas até o momento e ainda não se sabe se haverá uma quinta – torcemos que sim, mas acho bem provável que não. Derivada de Black-ish, o foco de Grown-ish é na vida da Zoey na faculdade. Ela, que é a filha mais velha dos Johnson, precisa lidar com relacionamentos e a vivência com responsabilidade dentro do campus. No meio do caminho ela muda de ideia, comete erros e também aprende várias lições.

Por ser mais jovem, além do diálogo acessível, o seriado é cheio de referências, como Clube dos Cinco e Beyoncé. Outro ponto que super me cativa é o universo fashion que permeia o roteiro. Zoey e Luca (Luka Sabbat) estudam Moda, então acompanhamos bastidores de produção, estilismo e tal, mas, acima disso, a série é um show de lookinhos por todas as partes, com todos os personagens.


(Foto: Grown-ish/Reprodução)

Ah, não dá para falar de Grown-ish sem dizer que foi a série que apresentou as irmãs Bailey para fora de sua bolha. Chloe e Halle Bailey interpretam as irmãs Forsters, duas atletas incríveis, que rendem cenas engraçadíssimas e são super engajadas. No elenco ainda temos a Francia Raisa, como a Ana; o Trevor Jackson, como o Aaron; Emily Arlook, como Nomi; e Jordan Buhat como Vivek.

Grown-ish também tem uma das melhores trilhas sonoras de série que eu já ouvi, mais uma vez super prestigiando o trabalho de pessoas pretas, incluindo as irmãs Bailey. Ou seja, de forma resumida, Grown serve enredo, figurinos, elenco, trilha sonora e fotografia – com planos que envolvem a quebra da quarta parede, bem estilo Fleabag.

Infelizmente, apesar de toda essa minha propaganda, a série não está disponível em nenhuma plataforma de streaming. Por cerca de um ano ela esteve na Netflix, mas saiu e a empresa on demand nunca se interessou em trazer de volta. Contudo, nada que você não consiga encontrar no “submundo” da internet – ou no stremio, shh. A obra é produzida pela Freeform, distribuída pela ABC e, aqui no Brasil, ela é transmitida pelo canal Sony, inclusive atualmente, com exibições diárias em horários distintos.

Depois que assistirem, me contem se valeu a pena essa panfletada.

(E bem-vindos aos convertidos de Grown-ish, garanto!)


Ouça a música de abertura abaixo:

Beatriz de Alcântara
Beatriz de Alcântara

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