(Foto: Beatriz de Alcântara)
Ruth Rocha é uma escritora nacional voltada para livros infantis. Pisciana, nascida em 2 de março de 1931, com 90 anos atualmente. Desde 2007 ela ocupa a cadeira 38 da Academia Paulista de Letras e já foi vencedora do Prêmio Jabuti e do Prêmio ABL de Literatura Infantojuvenil. Apesar de ser super conhecida por seus livros, só entrei em contato com um deles na vida, mas isso já foi suficiente para mudar a minha vida por completo – sem exageros.
Não lembro quantos anos eu tinha quando peguei “De Repente Dá Certo” da estante de livros que ficava na casa da minha avó. Era um livro fininho, com uma adolescente desenhada na capa, uns detalhes que pareciam o céu azul com nuvens e as letras de tamanho médio no seu interior. Também não lembro se foram minutos ou horas, mas eu li aquele livro em tarde dessas há alguns anos e eu nunca tinha lido nenhum livro antes.
A leitura simples, de linguagem acessível, falando de um amor jovem, mas do dia a dia de uma pré-adolescente com o mesmo nome que o meu me despertaram para uma vida que eu jamais quis voltar atrás: a de leitora. Lembro que depois de ler DRDC, eu ganhei O Diário da Princesa, li outros livros daquela estante de vovó e nunca mais parei (até a faculdade consumir meu juízo e eu passar uns três anos pra ler um livro – já passou, amém).
Para alguns o que despertou a leitura foi Harry Potter, outros leram os famosos livros paradidáticos das escolas, comigo foi Ruth Rocha. Ruth abriu as portas para que eu conhecesse os livros da Meg Cabot e os filmes da Anne Hathaway, ela me fez pensar que eu conseguiria também escrever uma história e assim eu fiz algumas fanfics nessa vida – e ela mudou tanto a minha vida nesse sentido que um dia quero escrever o meu próprio livro.
De Repente Dá Certo conta a história de Beatriz, que mora com a mãe divorciada e visita o pai recém-casado em alguns fins de semana. Um belo dia, sua mãe apresenta um namorado que logo vira noivo e marido. Alfredo, o padrasto, tem um filho mais velho do que a Bia, o Pedro. Bia “Magrela” e Pedro vivem se encrencando até que um dia se dão conta do quanto se gostam, mas daí, o Pedro tá prestes a viajar em alguns meses para passar quatro anos nos Estados Unidos.
Apesar de não ter um final feliz digno de clichês, DRDC dialoga sobre possibilidades, sobre vivenciar as experiências sem pensar em seus prazos de validade, sobre se permitir e sobre entender que nem tudo vai acontecer do jeito que a gente quer ou imagina, e ainda assim isso não significa que as coisas foram/são ruins ou deram errado.
Eu nunca esqueci desse livro, mas ele se perdeu de mim há anos. Não consegui ficar com o original que li quando me mudei da casa dos meus avós, mas sempre guardei a recordação e sua capa na mente. Havia procurado algumas vezes na internet, mas as novas edições possuem capa diferente e um preço beeeem alto. Daí, um dia desses, em uma chamada com o Adan conversando sobre livros, me veio a ideia de procurar o livro na estante virtual e, voilà, comprei.
Escrevo essa coluna enquanto olho pro meu exemplar do livro que me transformou na leitora apaixonada que sou. Nunca serei capaz de agradecer a Ruth Rocha por isso, mas sei que, depois de tanto tempo, ela deve ter consciência da importância de seus livros.
Fica a dica de leitura, principalmente para iniciantes ou para acabar com aquela ressaca literária. :)
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