Ele é o bicho-papão do terror. O mal em sua forma humana. Ele é apenas uma forma. Ele é Michael Myers e este é o dia do ano favorito dele: o Halloween.
Inicialmente programado para ser lançado em 2020, mas devido a pandemia mundial que acarretou a todos nós, o filme Halloween Kills teve seu adiamento para o ano de 2021. Com lançamento nos cinemas para o dia 14 de outubro no Brasil e no dia seguinte nos cinemas estadunidenses, o filme teve o caminho que muitos tiveram nessa pandemia, com o lançamento híbrido, sendo lançado também no streaming Peacock, indisponível no Brasil.
Halloween teve seu primeiro capítulo lançado em 1978, quando John Carpenter e Debra Hill decidiram fazer uma continuação do clássico do slasher Black Christmas, de 1974, dirigido por Bob Clark. Chegaram até a ensaiar um roteiro mas mudaram de ideia e decidiram fazer seu próprio filme slasher com sua própria data comemorativa. Não deu outra: um sucesso sem precedentes nascia e junto dele, o firmamento do gênero slasher que tomaria conta do terror nos próximos anos.
A História
O ano é 1963 e temos o ponto de vista de alguém observando uma garota se trocando, claramente após fazer sexo. Quando menos esperamos, somos pegos de surpresa com um assassinato. Mas, o choque não para por aí, o autor do crime é um garoto de apenas 6 anos vestido de palhaço e com a cara mais inocente possível, só que com um olhar vazio que perpetuariam para sempre na história do cinema. Somos enviados para 1978, véspera de halloween e em um sanatório, Michael Myers está preso 15 anos depois e assim, ele foge de seu cárcere.Todos esses anos depois, a pequena cidade de Haddonfield, Illinois, vai receber a visita de um antigo morador. Michael Myers retorna para sua cidade e se depara com a jovem Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) que tinha ido deixar as chaves da antiga casa de Myers. A partir desse momento, somos brindados com cenas onde Michael se esgueira por toda a cidade, enquanto é caçado pelo Dr. Loomis (Donald Pleasence), psiquiatra de Myers. A noite de Halloween chega e com ele o banho de sangue que seguirá os moradores da cidade, em particular as babás.
O filme de 1978 foi um estrondoso sucesso e não demorou muito para que ganhasse uma sequência que veio em 1981. Depois disso, no geral, temos 12 filmes da saga Halloween lançados até o momento, com Halloween Ends, último capítulo da trilogia lançada em 2018 marcado para chegar aos cinemas em 14 de outubro de 2022.
Halloween Kills - O Terror Continua
Mas vamos falar do que interessa, que é Halloween Kills, o último lançamento da saga. Antes de discutir melhor sobre o filme em questão, é importante ressaltar que para quem não sabe, o filme de 2018 é continuação direta do original de 1978, excluindo todas suas sequências e acontecimentos que se sucederam desde então. Halloween Kills começa de onde o último parou: Michael Myers pegando fogo dentro da armadilha criada por Laurie Strode, que espera por ele durante 40 anos. Para Laurie, era questão de tempo até que Michael saísse de onde estava e fosse terminar o trabalho e ir matá-la. Durante todo esse tempo, Laurie se tornou uma mulher traumatizada e se armou de todas as formas, inclusive treinou sua filha, Karen (Judy Greer) para ser uma arma junto dela.Lógico que Michael Myers não seria aniquilado e as cenas dele saindo da casa em chamas são extremamente sanguinolentas. Inclusive, é de forma notável o grau de violência que o filme introduziu no vilão, o elevando a níveis cavalares. Enquanto em um lado Michael mantém a sua matança, no hospital Laurie é costurada e se mantém viva, depois da surra que levou e de ser quase morta novamente por Myers.
Nesse filme, são introduzidos personagens que foram apresentados no filme original. É o caso de Tommy Doyle (Anthony Michael Hall), o garotinho que a Laurie foi babá no filme original; Lindsey Wallace (Kyle Richards) que era cuidada por uma amiga da Laurie, vítima de Michael; Lonnie Elam (Robert Longstreet) um garoto que fazia bullying com o Tommy em 1978 e aqui é mostrado que teve contato com Michael Myers; e a enfermeira Marion Chambers (Nancy Stephens), fiel ajudante do Dr. Loomis. Eles relembram que juntos sobreviveram àquela fatídica noite de 78, sem saber que ela estava se repetindo atualmente.
As cenas de flashback do filme são um caso à parte e bem interessantes, e é um deleite para todo o fã da saga rever o Dr. Loomis em sua loucura pelo Michael Myers ali, mesmo que seja com computação. O filme intercala entre a rota de Michael e sua marca de sangue por onde passa, o hospital e a caça dos habitantes de Haddonfield pelo assassino em busca de vingança com as próprias mãos. Claro que isso não vai acabar bem para alguém, e um paciente do hospício que fugiu no filme anterior, aqui é perseguido, pois o povo acredita que ele seja o assassino. A cena que ele se joga do prédio é extremamente sangrenta e o trabalho da equipe técnica desse filme tá de parabéns, as mortes foram extremamente bem trabalhadas, chega dá uma agonia no estômago.
A batalha final com o vilão se dá de início em sua antiga residência, com a neta da Laurie, Allyson (Andi Matichak), o namorado dela Cameron (Dylan Arnold) e Loonie. Loonie este, que não tem sorte nesse segundo encontro com Michael e é trucidado. Outra morte extremamente chocante e brutal é a do Cameron que é espancando até a morte na frente da Allyson e tem a cabeça quebrada.
Quando Allyson tá quase tendo o mesmo fim, Karen chega para salvar a vida da filha e novamente, Judy Greer entrega um dos melhores momentos do filme. Devo dizer que seu “Gotcha” já se tornou um dos momentos mais legais do cinema slasher dos últimos tempos e aqui ela carrega Michael pra mais uma armadilha onde toda a cidade se unem para destruir o Mal.
Mas estamos falando de Michael Myers, como Tommy Doyle disse no primeiro filme “Não se pode matar o bicho-papão e sim, ele não morreu. Mesmo depois de chutes, facadas, tiros e pontapés, Michael Myers se ergue como uma fênix e mata todo mundo e sim, reserva um dos finais mais chocantes da saga, ao “matar” a Karen. Sim, nossa querida personagem, filha da Laurie Strode é a última vítima de Michael Myers neste filme. O grande monstro conseguiu chegar no coração da Laurie. Um final que eu não esperava e me deixou extremamente chocado. A personagem da Karen começa extremamente chata no filme de 2018 mas aos poucos ela ganha seus momentos importantes e cheios de emoção, e a gente até entende o por que dela ter se tornado essa pessoa que é. Judy Greer, espero que você retorne em Halloween Ends, pois seu “Gotcha” já está marcado em nossas vidas.
O agora e o futuro
O final de Halloween Kills firma o terreno para o final da trilogia e mesmo não sendo tão bom quanto o seu antecessor, ele se mantém como um bom filme de slasher. Inclusive, um dos pontos mais interessantes deste filme é explicar pontos que tinham sidos deixados para trás e ainda assim mostrar pra Laurie que ela não estava sendo perseguida pelo Michael e sim que ele foi levado até ela. A criação de mais uma mitologia e linha temporal da Laurie foi criada e consolidada.Halloween Kills teve reações positivas e mistas, tendo como ponto principal para os críticos de plantão o pouco avanço na história da saga e mantendo seu gore e emoções violentas satisfatórias para os fãs. Como fã, me senti extremamente bem servido. Minhas reclamações se transpõem na duração do filme, onde algumas cenas poderiam ter sido excluídas e dado mais agilidade ao longa.
No geral, o filme cumpre o que promete e David Gordon Green entrega uma direção excelente, coisa que faria John Carpenter sentir orgulho, e que com certeza ele sente. A produção do Jasom Blum, como sempre, faz tudo o que um fã de terror busca. A trilha sonora tá incrível, com uma revitalização do tema original.
A última parte dessa trilogia, como foi dito acima, tem previsão para 2022 e, diante do que foi apresentado nesse filme, teremos um final épico e com toda certeza, a última vez que veremos Jamie Lee Curtis nessa franquia. O diretor David Gordon Green já deu umas dicas e disse que teremos um salto temporal de 4 anos entre Halloween Kills e Halloween Ends. Ansiosos? Por aqui não vemos a hora de chegar em 2022.
Nota: 8/10
Confira o trailer abaixo:
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