RESENHA: 4ª temporada de On My Block

(Foto: Netflix/Divulgação) 

A quarta temporada de On My Block, com seus 10 episódios, começa relembrando os acontecimentos dos últimos dois anos em Freeridge. Os quatro amigos se distanciaram depois que Monse se muda para o colégio interno e aquelas promessas de “do terceirão pra vida” parecem ter se perdido nesse meio tempo. Sem que a gente saiba ainda o que aconteceu, o propósito dos primeiros episódios da temporada são, portanto, explicar para os telespectadores o que aconteceu nas entrelinhas desse distanciamento, colocando todos os pingos nos iis.

Ao mesmo tempo em que se preocupa em esclarecer as coisas, On My Block segue mostrando a vida dos jovens passar, lidando com os conflitos dos fatos mal resolvidos da temporada anterior. Devido a isso, Monse (Sierra Capri), Ruby (Jason Genao), Jamal (Brett Gray) e Cesar (Diego Tinoco) são obrigados a retomarem contato e resolverem suas pendências, incluindo também nessa lista a Jasmine (Jessica Marie Garcia) e o Oscar (Julio Macias), também conhecido como Spooky – o irmão do Cesar.

Se você não assistiu às outras temporadas, de forma bem resumida vale dizer que os amigos se envolvem em uma série de crimes ligados a gangues locais, incluindo Os Santos, da qual o Oscar era líder. Lavagem de dinheiro e assassinato são algumas das coisas que acabam cruzando o caminho dos quatro protagonistas ao mesmo tempo em que surgem os dilemas escolares, familiares e amorosos – Ruby e Jasmine; Cesar e Monse.

No elenco da última temporada também somos apresentados a personagens novos, como a Isabel, papel da atriz Andrea Cortés, que é esposa do Oscar e está grávida de uma menina que se chamará Lydia Diaz, em homenagem à mãe dos irmãos Santos; a atual namorada do Cesar, a Vero, interpretada pela atriz Nikki Rodriguez, e o famigerado Lil Ricky ou Ricardo Galindo (Cesar Garcia).

(Foto: Netflix/Divulgação)

A temporada final da série me trouxe lembranças da primeira, principalmente com o fato de que o enredo principal é a amizade dos quatro. Além disso, a carga dramática dos últimos episódios também possuem o mesmo peso do cliffhanger do final da temporada de estreia, mas isso, ao mesmo tempo em que deu bom, também deu ruim.

Como nem tudo são flores, devo dizer que, pessoalmente, achei alguns pontos no meio da série meio desnecessários e arrastados. Também percebi que, na vontade de emocionar o público, houve um excesso de dramaticidade que podia ter se concentrado em apenas um dos dois acontecimentos responsáveis pelas lágrimas da temporada.

Um deles podia ser facilmente resolvido como a proposta apresentada no início da temporada e o outro cumpriria seu papel em nos fazer chorar e refletir. No fim das contas, enquanto um conseguiu todo o drama que precisava, por se mostrar surpreendente, desenvolvido segundos antes de acontecer; o outro começou a ser construído bem antes, mas se resolveu mais rápido do que era possível prever.

Mas ok, no geral, para um encerramento de série foi bonito de ver. Não teve nenhum final forçado, as coisas, inclusive, terminaram com uma ideia de continuidade que não necessariamente precisa vir à tela (o que não virá mesmo), mas que consegue te deixar satisfeito porque você entende que é a vida que vai seguir dali. Teve romance, teve intrigas típicas da idade e do período escolar, teve drama, os problemas familiares, autoconhecimento e autocuidado, as situações referentes à marginalização trazida pela série e a sua essência mantida: a amizade.

Outro ponto forte de todas as temporadas, porém muito bem articulado e concretizado na temporada final, é a questão do amadurecimento. Ao longo dos 10 episódios da quarta temporada fica evidente o quanto eles cresceram, aprenderam com os erros e estão se dispondo a evoluir. Todos nós que já passamos pela adolescência e ensino médio sabemos que é um período de merda, que no fim das contas resultam em algumas lições que não esquecemos “depois de grande”.

Não sou capaz de dizer se algum deles evoluiu mais do que outros, contudo há momentos bem pontuais de cada um e acredito que o do Ruby seja o mais emocionante em vários aspectos: confrontando o passado, ao encontrar com alguém que mudou a sua vida de forma cruel em temporadas anteriores; e se impondo também sob o futuro, ao questionar a superproteção dos seus amigos, familiares e até da namorada.

(Foto: Netflix/Divulgação)

Por fim, a sensação que fica é que você, que desde o primeiro episódio da primeira temporada se sente parte daquele grupo, agora se vê precisando seguir adiante observando-os apenas de longe. E isso não é uma coisa ruim.

Saudades desde já, Freeridge, mas a gente se vê em breve – a Netflix confirmou um spin-off que tem como título o nome do bairro.

Nota: 8/10

Onde assistir? Netflix.

Saiba mais: no episódio #21, da série Por Dentro do Streaming: Netflix, tem indicação de On My Block e mais detalhes.


Beatriz de Alcântara
Beatriz de Alcântara

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