RESENHA: M.O.D.O.K. – a animação para adultos da Marvel

(Foto: Reprodução Marvel/Hulu)

Um vilão bizarro, conflitos familiares, violência, palavrões e muito, mas muito humor ácido. Esse é um ótimo resumo para a nova série animada da Marvel Studios que estreou no último dia 03 de novembro.

Toda feita em stop motion, a série foi lançada nos EUA em maio deste ano pelo streaming Hulu, com censura +18, mas chegou ao Brasil através do Star+ com classificação indicativa +16 e já conta com uma temporada completa de 10 episódios. Apesar do personagem ser novo para muitos de nós, ele teve a primeira aparição em Tales of Suspense #94, de 1967. Mas apesar de ser baseado nos quadrinhos, a série seguiu um caminho um tanto diferente do original.


 (Foto: Reprodução/Marvel Comics)

Nos quadrinhos, antes de ser um vilão, M.O.D.O.K. se chamava George Tarleton e fazia parte de uma equipe da A.I.M (Advanced Idea Mechanics, em português IMA, "Ideias Mecânicas Avançadas"). A IMA criou um Cubo Cósmico com infinitas capacidades. Pouco depois da criação do Cubo, a empresa viu a necessidade de estudar melhor o experimento, além de testar seu novo projeto em mutagênese avançada.

George então foi escolhido para ser cobaia de testes e foi transformado em M.O.D.O.C., em português "Organismo Mental Projetado Apenas para Computação". A ideia era que ele fosse o único a estudar e manusear o Cubo Cósmico para que o IMA pudesse entendê-lo melhor. Mas o que eles não esperavam era que M.O.D.O.C. se voltasse contra a IMA e se tornasse uma mente sedenta por sangue. Ele logo mudou seu nome para M.O.D.O.K. (Mental Organism Designed Only for Killing, na tradução Organismo Mental Projetado Apenas para Matar).

Já na série, M.O.D.O.K. (que aqui significa Mecaorganismo Operacional Destinado à Ocisão e Karnificina) aparentemente já nasceu com a cabeça, digamos... maior que o normal, inclusive ele sofria bullying na escola sendo apelidado de “cabeção” e também sofrendo agressões físicas das outras crianças (temos uma problemática aqui?). Também podemos concluir que ele já nasceu diferente dos demais, quando a mãe dele, no primeiro minuto do primeiro episódio, carinhosamente chama a cabeça do garoto de “destruidora de úteros”, e aqui já temos um gostinho do que vem pela frente.

(Gif: Reprodução Twitter/Hulu)

Com uma aparência até bem menos horrenda do que a apresentada nos quadrinhos, M.O.D.O.K. cresce e se torna líder da IMA que tem como maior objetivo dominar o mundo, talvez como vingança por tudo que fizeram com ele desde pequeno. Mas, é claro que no caminho ele encontra alguns heróis que não vão deixar que os planos dele se concretizem.

Nas HQ’s, o principal inimigo de M.O.D.O.K. é o Capitão América. Já na série, temos maior participação do Homem de Ferro. Contudo, esse é só um dos problemas que o vilão de cabeça notável tem que enfrentar.

(Foto: Reprodução Marvel/Hulu)

Por dar mais atenção aos planos malignos, ele acaba se descuidando da atenção com a família que formou. Sim, este gênio do mal casou com uma linda mulher judaico-mexico-estadunidense, Judie Ramirez-Tarleton, e teve dois filhos. A filha mais velha se chama Melissa Tarleton, que é bissexual, e, apesar de ter herdado a aparência do pai, é a garota mais popular da escola. O filho mais novo se chama Louis Tarleton (apelidado de Lou), esse puxou à mãe, mas embora tenha a aparência normal, Lou tem uma personalidade um tanto peculiar.

Além dos conflitos familiares, M.O.D.O.K. vê sua empresa ir à falência com tantos gastos para dominar o planeta. Sem alternativa, ele acaba vendendo a IMA para a corporação Grumbl, que tem como representante Austin Van Der Sleet, um carinha que, à primeira vista, se mostra super alegre e inofensivo, mas tem planos bem maiores do que só financiar as dívidas da IMA.

Inicialmente M.O.D.O.K resiste à ideia de vender a empresa, mas como não tem outra saída, acaba assinando os contratos. Em pouco tempo, a IMA é transformada num lugar cheio de energias boas e nada de vilania, nem sangue, nem armas destruidoras de cidades. Inconformado com tantas mudanças, M.O.D.O.K. se revolta e acaba saindo da empresa.

Agora, sem um lugar grande pra comandar, ele tem que enfrentar mais de perto os problemas da família, como o casamento chegando ao fim, enquanto planeja sua volta por cima.

(Foto: Reprodução Marvel/Hulu)

A série aparenta ter um ritmo um tanto rápido, com piadas a cada segundo e uns diálogos bem doidos (talvez quem assistiu Rick & Morty se sinta em casa). Mas também há quem diga que a vibe stop motion violento traz à memória um certo desenho da MTV chamado Celebrity Deathmatch, de 1998 (sentiu a idade aí?).

O que podemos concluir é que M.O.D.O.K. certamente é um diferencial na Marvel por fugir da linha “certinha” que estamos acostumados a ver. Membros sendo decepados, sangue pra todo lado (apesar de parecer geleia de morango) e um personagem que não hesita em usar sua tiara, que converte o poder mental em um raio devastador, para explodir coisas e pessoas que tentem lhe atrapalhar na busca pela recuperação de sua antiga vida de supremacia vilanesca.

Ps: Tudo indica teremos segunda temporada hein! Um dos criadores, Jordan Blum, comentou no Twitter que a continuação será focada em Melissa, filha mais velha de M.O.D.O.K., e na bissexualidade da personagem apresentando uma namorada, mas também outras relações estranhas.

E aí? Bateu a curiosidade? 

Nota: 8/10

Onde assistir? Star+.

Kássia Paz
Kássia Paz

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