(Imagem: Divulgação/Black Christmas)
O Aterrorizadan continua trazendo mais filmes temáticos natalinos para colocar medo em todos vocês. Dessa vez, trago um clássico do cinema slasher, um dos precursores do gênero. Um dos filmes que influenciou uma geração de cineastas, inclusive um dos maiores filmes, Halloween de 1978. Estou falando do canadense Black Christmas, de 1974, que chegou ao Brasil como Natal Negro ou Noite do Terror.
Produzido e dirigido pelo diretor Bob Clark, que tempos depois iria trazer clássicos do cinema como Porky’s, de 1981 e o clássico da Sessão da Tarde, Bebês Geniais, de 1999. O diretor já vinha de pequenos sucessos e quando pegou Black Christmas conseguiu o filme que iria ser um dos cults de sua carreira.
O roteiro do filme é baseado no conto “A babá e o homem do andar de cima”, conto esse que já foi utilizado diversas vezes como fonte, inclusive do filme de 1979, Quando Um Estranho Chama, e seu remake de 2006. Além disso, pegou uma série de assassinatos reais que ocorreram em 1943, na noite de Natal em Montreal, Quebec. Juntou essas duas histórias assustadoras e tivemos um dos roteiros mais originais da história do terror.
Mas do que se trata esse filme? Black Christmas vem da premissa básica de 98% dos slashers onde um assassino surge matando a torta e a direita um grupo de pessoas até sobrar apenas em sua maioria, uma final girl que vai lutar pela sua vida. O lance aqui é que em 74 isso era extremamente original e que, por mais que tenha passado 47 anos, o filme mantém seu charme.
Na sua premissa, um grupo de amigas moram na fraternidade e se preparam para as férias de fim de ano. O problema é que uma delas some e, além disso, o telefone da residência começa a ser bombardeado de ligações de um louco que faz uns barulhos estranhos, uns gritos nonsenses e uns gemidos pervertidos. Aqui temos a nossa protagonista Jess (interpretada pela Olivia Hussey, que vinha do sucesso Romeu e Julieta de 1968), que atende esses telefonemas e fica extremamente incomodada. Aos poucos, uma a uma, as vidas das meninas vão sendo ceifadas por esse serial killer.
O interessante é que nunca o assassino é visto em seu vislumbre total, servindo apenas de pequenas partes, como as costas, os olhos ou seu vulto em processo de algum assassinato. O jogo de câmeras utilizado durante o filme é feito de modo muito preciso, deixando uma sensação de claustrofobia e pânico, pois nem a vítima, nem nós espectadores da cena, não sabemos de onde vai vir o ataque e a casa toda, que por sinal é imensa, se torna uma arma pronta para o assassino. É uma arapuca gigantesca.
Além dos assassinatos que estão ocorrendo e os telefonemas surtados, nossa protagonista está passando por uma gravidez indesejada e avisa a seu namorado, Peter (Keir Dullea, do icônico filme de sci-fi 2001: Uma Odisseia no Espaço), que pretende fazer um aborto. Peter, que é totalmente contra o aborto, não aceita e até pede ela em casamento, o que ela nega, pois aparentemente não é reciproco o sentimento naquela relação.
Peter esse que acaba se tornado um dos principais alvos das suspeitas de ter enlouquecido e estar dizimando a vida das garotas como se fosse milho em tempo de colheita. Durante as ligações, que sempre ocorrem após os assassinatos, Jess liga para a polícia que pede para que a nossa mocinha tente manter a próxima ligação por tempo possível que dê tempo para ser localizada. Durante a ligação, o assassino faz uma menção sobre uma discussão de duas crianças: Billy e Agnes. Após desligar a ligação, ela recebe outra, dessa vez da polícia que, em urgência, pede para que ela saia da casa imediatamente que, A SURPRESA DO FILME, a ligação está vindo DE DENTRO DA CASA.
Nesse momento, cada pelinho do meu corpo foi um arrepio só e o medo toma conta tanto da gente quanto da vítima. O local que ela considerava mais seguro, acabou de se tornar o mais perigoso de todos. E o clímax que tanto esperávamos começa a ir com uma perseguição naquele local que se tornou pequeno demais para sobreviver. Ela acaba por se esconder no porão, onde Peter aparece e quebra a janela para o encontro de Jess. A polícia chega e encontra o corpo ensanguentado de Peter, acreditando assim que o assassino tinha sido descoberto na figura do namorado da garota e pondo um fim ao caso.
(Imagem: Divulgaçã/Black Christmas)
MAS CLARO QUE NÃO CHEGAMOS AO FIM, pois ao acharem que tudo foi solucionado, colocam a nossa final girl para descansar no quarto e deixam um policial de tocaia no lado de fora para protegê-la. A câmera vai se afastando, temos um vislumbre de dois corpos que não foram encontrados e sim, a possibilidade do assassino ainda estar na casa e Jess ser sua próxima vítima.
Black Christmas foi distribuído nos Estados Unidos, e chegou lá com o nome “Silent Night, Evil Night”, devido a Warner não querer associar o filme ao Natal diretamente, o que não foi muito proveitoso pois o filme obteve uma recepção morna, e logo teve seu relançamento feito com o nome original. Vale lembrar, que esse nome dado ao filme, lembra muito o filme que falei no último aterrorizadan, “Silent Night, Deadly Night” que viria a ser lançado dez anos depois, com um assassino chamado Billy também.
O filme teve um orçamento pequeno de 620 mil dólares, coisa bem natural para filmes desse gênero e obteve um retorno financeiro de 4,1 milhões de dólares. Ao longo dos anos, ele recebeu um reconhecimento enorme, tendo se tornado cult e, como falei acima, referência no gênero. Possui dois remakes, um de 2006 e outro de 2019, que, por sinal, NÃO VEJAM ESSE ÚLTIMO POIS É HORRÍVEL.
O filme não está disponível em nenhum streaming, mas na grande locadora virtual você encontra facilmente e no Youtube você deve encontrar legendado. Vale a pena assistir, sendo um filme de quase cinquenta anos, ainda se mantém melhor do que muito filme atual.
Nota: 8/10
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