
(Foto: Freeform/Divulgação)
Com o passar dos anos, a moda se tornou uma paixão cada vez mais forte pra mim. Compreender que a forma que me visto também é um meio de me comunicar, e me posicionar, me fez ter não só mais cuidado com a mensagem que estou passando, mas também se transformou em um processo de autoconhecimento. Vai muito além de saber combinações e estilos, mas saber como se expressar também utilizando o vestuário.
De qualquer forma, essa não é a discussão principal aqui. Por conta dessa paixão crescente pelo universo fashion, tenho consumido mais produções voltadas para essa área e uma delas une dois amores em um só: Moda e Jornalismo, na série The Bold Type. A escolha desse tema para a coluna de hoje, inclusive, é em homenagem a uma conquista desse finalzinho de ano que tem tudo a ver com a série e o Jornalismo: passei no mestrado e o tema da minha pesquisa é "os caminhos das revistas ao digital a partir do contexto da série The Bold Type", então, bora descobrir essa produção?
TBT é daquelas séries que eu bato o olho e tenho certeza que vou gostar somente de ler a sinopse. A produção retrata a dinâmica de uma revista de moda, a Scarlet, com três protagonistas que trabalham em setores diferentes: Jane Sloan (Katie Stevens), a jornalista e escritora; Kat Edison (Aisha Dee), a diretora de mídias sociais; e Sutton Brady (Meghann Fahy), que começa como assistente e depois passa para o departamento de moda.

(Foto: Freeform/Reprodução)
Além do dia a dia dentro da Scarlet Magazine, ainda acompanhamos a vida dessas mulheres fora do trabalho, ou seja, isso envolve relacionamentos, a amizade entre elas e questões sociopolíticas.
"Quem me conhece, sabe..." era impossível não me apaixonar.
Dentre as coisas que mais gosto na série, talvez a maior delas seja a verdadeira intenção em fugir de determinados estereótipos ligados às mulheres e, principalmente, à Moda. Jacqueline Carlyle (Melora Hardin, "Jan" em The Office) é a editora-chefe da Scarlet, ela é uma personagem inspirada na ex-editora da revista Cosmopolitan, a Joanna Coles, e vai na contramão do que já é conhecido universalmente como perfil de mulheres em cargos de chefia no mundo fashion – e nas revistas da área. Um exemplo claro disso é a Miranda Priestly em "O Diabo Veste Prada".
Ao invés de soar de forma arrogante, egoísta e megera, Jacqueline se mostra uma chefe compreensiva, por muitas vezes conselheira e disposta a brigar pelos valores que acredita – e pelos seus subordinados sempre que eles precisam. A personagem carrega doses perfeitamente equilibradas da imposição que pede o cargo, mas sem perder a humanidade necessária. Além disso, a história dela é permeada de nuances mais complexas que apontam pouco a pouco como se deu a construção do seu caráter e também da sua carreira.
Esse é outro ponto muito positivo da série. Ninguém é perfeito, todo mundo erra e está constantemente aprendendo com esses erros. É fácil gostar de algo quando trazem na tela gente como a gente e esse debate se estende na questão da representatividade. Em um ambiente repleto de padrões como a moda, The Bold Type chega com personagens brancos e heteronormativos (meio óbvio, né), mas também com negros em posições de poder, contrapondo a estrutura racista que geralmente compõem as representações de raça em telas, e relações homossexuais retratadas com a normalidade que a pauta deveria ter sempre.
Alex, Oliver e a própria Kat são os principais exemplos, além de Adena, uma fotógrafa abertamente mulçumana e lésbica. Inclusive, a questão da sexualidade também é debatida com muita competência, com um enfoque responsável na personagem Kat que está se descobrindo bissexual e transmite todas as inseguranças que o processo naturalmente tem.
Feminismo, sororidade, meio ambiente, política, maternidade, saúde da mulher, sexualidade, raça e racismo, religião, direitos humanos, amizade, gordofobia e padrões estéticos, machismo e tantas outras coisas são abordadas de forma natural, sem firulas e possibilitando fácil identificação com o telespectador. É a vida real – um pouquinho gourmetizada em paetês e viagens à Paris.

(Foto: Freeform/Divulgação)
A série foi cancelada em sua quinta temporada e quatro delas estão disponíveis na Netflix. Vale a pena dar uma chance à produção.
Se tudo isso que eu comentei ainda não for suficiente, complemento destacando o tanto de gente linda presente lá (Dan Jeannotte, meu amor demais, mas o personagem é babaca!) e a trilha sonora impecável, com direito a uma das atrizes cantando Torn em alguns episódios. Ah, e claro, sem contar os lookinhos impecáveis e de dar inveja a qualquer um. Era só um closet igual o da Scarlet na minha vida!
A série foi cancelada em sua quinta temporada e quatro delas estão disponíveis na Netflix. Vale a pena dar uma chance à produção.
Se tudo isso que eu comentei ainda não for suficiente, complemento destacando o tanto de gente linda presente lá (Dan Jeannotte, meu amor demais, mas o personagem é babaca!) e a trilha sonora impecável, com direito a uma das atrizes cantando Torn em alguns episódios. Ah, e claro, sem contar os lookinhos impecáveis e de dar inveja a qualquer um. Era só um closet igual o da Scarlet na minha vida!
Outra coisa: como eu disse, é muito fácil de quem assiste se identificar, mas quando digo isso é porque é muito fácil MESMO. Inclusive, a série me lembra muito minha amizade com minhas melhores amigas e talvez esse seja mais um dos motivos que me fizeram gostar tanto dela.
Onde assistir? Netflix
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