RESENHA: Home Sweet Home Alone


(Foto: Disney/Divulgação) 

“Remakes nunca são tão bons quanto os originais” (o personagem Hunter em uma das cenas de Home Sweet Home Alone).

Uma das principais associações quando se fala em filmes e Natal é ao filme Esqueceram de Mim, ou Home Alone em inglês, que se tornou um clássico do período natalino, lançado em 1990. De lá para cá, a produção ganhou sequências originais e até filmes inspirados e, mesmo 31 anos depois, seu sucesso continua sendo cobiçado pelos diretores de Hollywood.

No último dia 12, a Disney tentou ~fazer o barro acontecer~ lançando em sua plataforma de streaming, a Disney Plus, o filme Esqueceram de Mim no Lar, Doce Lar – do inglês Home Sweet Home Alone. A premissa do longa é a mesma da produção que levou Macaulay Culkin ao estrelato: uma criança pentelha esquecida sozinha em casa pela sua família no feriado natalino. Na sequência, uma dupla tenta invadir a sua casa e, então, a pequena criaturinha precisa criar armadilhas para se defender enquanto, do outro lado do mundo, sua família tenta voltar para resgatá-lo.

Para aqueles que cresceram com o Kevin (Culkin), o Max (Archie Yates, de Jojo Rabbit) parece simpático e um bom camarada, mas ainda na primeira parte do filme não convence. Apesar disso, a problemática não está nele, e sim nos antagonistas. Um dos elementos que trazem mais graças ao Esqueceram de Mim original é o fato dos ladrões se darem mal sempre que tentam enfrentar o Kevin, mas sem desconsiderar que sim, eles são ladrões, são vilões, então você não torce por eles.

No caso de Home Sweet, a dupla composta por Rob Delaney (de Catastrophe) e Ellie Kemper (The Office) deixa a desejar. O casal Jeff e Pam McKenzie estão tentando vender a casa depois que o pai está desempregado e nessa empreitada conhecem Max. O jovem e Jeff não se dão tão bem assim e isso se torna o motivo de Max ser o principal alvo de desconfiança do patriarca dos McKenzie quando some um brinquedo raro de sua casa. O enredo do filme, portanto, gira em torno do casal tentando invadir a casa de Max para pegar o que é seu.

Ainda na tentativa de pegar os fãs do filme original, a Disney traz o Buzz McCallister (Devin Ratray), irmão de Kevin, para esse filme, como um policial e segurança – da rede de segurança privada McCallister. A participação do policial é breve e consegue ser marcante e nos cativar pela nostalgia, mas só isso mesmo. Durante a cena, ele relembra das vezes em que o caçula interpretado por Macaulay foi esquecido em casa pelos pais – no primeiro filme é em casa mesmo e no segundo ele pega um voo errado e vai parar em Nova York.

Acho que o que decepciona mais é que eles constroem o filme sob a perspectiva de não sabermos exatamente quem está errado e, por fim, nada acontece e fica apenas um amontoado de ideias boas mal executadas, cenas estúpidas e diálogos fajutos. Um final raso, com resolução rápida e muito...simples?

Ok, só fiz reclamação até aqui, né? Mas, apesar de parecer contraditório, o filme não é de todo ruim (tentando ser positiva). Talvez o seu erro seja tentar repetir uma história de sucesso – que no fim das contas teve mais flops do que aclamações. Depois das sequências originais com o Culkin, ou seja, os filmes 1 e 2, nenhum outro conseguiu hitar. O Esqueceram de Mim 3 (1998) é o que consegue chegar mais perto, com Alex D. Linz e Scarlett Johansson no elenco.

Se Home Sweet fosse um filme de Natal com uma história original, teria potencial. Seu elenco é bom e divertido, sua fotografia é boa, os elementos e referências, tudo mostra que dava pra ser, mas não foi. Não consigo entender esse fetiche hollywoodiano em tentar, a todo custo, repetir e refazer histórias que já deram certo, na tentativa de nem sei o quê.

Dei algumas risadas, mas, dessa vez, a indignação falou mais alto, não vou mentir. Gosto do elenco, a ideia parecia boa, mas não rolou. Ficou forçado – até mesmo as armadilhas com fogos e agulhas soaram meio exageradas. Valeu a tentativa, mas fica para a próxima (por favor, não).

Nota: 2/10

Onde assistir? Disney Plus
Beatriz de Alcântara
Beatriz de Alcântara

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