(Imagem: Divulgação/Scream)
A década de 80 foi extremamente proveitosa para o gênero slasher do terror, originando suas principais obras – firmadas nessa época. Tendo como principal via o baixo orçamento e os grandes lucros para as produtoras, o slasher oitentista se consagrou como uma oportunidade para vários diretores e atores adentrarem de forma mais visível em Hollywood. Nomes como Kevin Bacon, Johnny Depp e Patrícia Arquette tiveram seus primeiros filmes no gênero, em obras hoje em dia extremamente cultuadas. O tempo passou e logo, devido a escassez de criatividade atrelado as diversas continuações incansáveis, o gênero perdeu força e sobrevivia a aparelhos. Poucas eram as obras que impactavam o cinema e a chegada da nova década relegava ainda mais esse gênero já bastante marginalizado.
Tudo mudou quando o jovem Kevin Williamson escreveu um roteiro simples, com um assassino mascarado que ao longo de seus 111 minutos dava cabo de adolescentes um a um, até claro, o embate final com a já torturada final girl da obra. Nada fora da curva, mas ali tinha algo novo, repleto de metalinguagem e uma das melhores final girls da década, Sidney Prescott, interpretada de maneira forte pela Neve Campbell. Com Pânico, Williamson se juntou ao gênio Wes Craven, e trouxe uma das melhores obras do gênero para a história do cinema, revitalizando, assim, uma categoria que vinha defasada e fora de forma.
(Imagem: Divulgação/Columbia Pictures)
Com a chegada de Pânico aos cinemas, uma nova onda de filmes brotou. Trazendo uma abordagem mais contemporânea, clichês que funcionavam na década anterior e agora não pegavam mais... Eram outras épocas e a fórmula tinha sido elevada com a chegada de Pânico. Filmes como Eu Sei O Que Vocês Fizeram no Verão Passado, Lenda Urbana, Comportamento Suspeito ou novas obras de sagas iniciadas nas décadas passadas, como é o caso de Halloween H20, que teve na produção o Williamson e dizem que ele deu uma ajuda no roteiro de forma não creditada, e A Noiva de Chucky, traziam o auge da fórmula do sucesso sendo aplicada a fio.
Mas, como tudo que é aplicado muitas vezes de forma copia e cola, a fórmula aqui chegou em seu desgaste também. Se em 1996 Pânico trazia a revolução, alcançava seu ápice em sua sequência e elevava outros filmes em suas conjunções, ao chegar no final de década, vimos a terceira parte da franquia se juntar ao estilo comédia, tendo o terror em uma pequena parte. Filmes como Tentação Fatal, Medo em Cherry Falls e, como falado acima, a terceira parte da franquia Pânico adentram como o fim de uma era.
Vários atores e atrizes ganharam sua fama dentro dessas pequenas obras, outros já tinham certa fama dentro da TV e se firmaram mais aqui, ganhando uma legião de fãs. Não é estranho encontrar fãs do Jared Leto, da Neve Campbell ou da Jennifer Love Hewitt que aclamam essas obras e não esquecem de onde eles vieram.
(Imagem: Divulgação/Netflix)
O terror noventista vem sendo reutilizado como referencia em várias obras atuais, como é o caso da trilogia da Rua do Medo, lançada em 2021 na Netflix, em especial a primeira parte intitulada de 1994, que trouxe influências diretas de vários ícones daquela década e arrecadou vários fãs. Assim como A Morte Te Dá Parabéns de 2017 e Freaky de 2020, ambos tem essa pegada slasher noventista misturada com um Q de ficção, o que os tornam bem interessantes.
O slasher da década de 90 teve um curto período de tempo de ascensão, mas serviu de inspiração para várias obras que viriam a seguir, mesmo não tendo os mesmos códigos apresentados aqui. Com a virada do milênio, novas regras do cinema ganharam o público, porém isso fica para outra conversa...
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