(Imagem: Divulgação/Paramount Pictures)
2022 começou e com ele a expectativa para vários filminhos e idas ao cinema, com todo mundo vacinado e o vírus maldito controlado. Quem acompanha meus textos já deve ter observado o quanto eu sou fã do gênero slasher e o meu pequeno fanatismo pela obra, iniciada em 1996, intitulada Pânico.
Não era de se estranhar minha ansiedade e loucura pela estreia da quinta parte dessa franquia que eu tanto amo e admiro. Em 2011, eu já tinha tido a oportunidade de ir aos cinemas e assistir o ghostface atacando suas vitimas na telona. 11 anos se passaram e cá estou eu novamente indo aos cinemas acompanhar a trajetória da Sidney Prescott e sua gangue.
Para quem não sabe ainda do que se trata Pânico, fiz uma postagem lá no ano passado falando um pouco sobre a história do filme e um pouco sobre meu lado fã. Então, vamos em frente e falar agora sobre o novo filme, que pode ser apenas Pânico ou Pânico 5, o que diz muito sobre o que essa nova parte significa para a franquia.
Com a volta do trio original composto por Sidney (Neve Campbell), Gale (Courtney Cox) e Dewey (David Arquette) e também da Judy (Marley Shelton) que integrou o quarto filme, aqui temos um novo elenco de jovens que trarão de volta todo o suspense de "quem será o novo ghostface?".
O filme tem início de uma forma como muitos já conhecem, com a Tara (Jenna Ortega) recebendo o fatídico telefonema e já aqui somos brindados com várias referências do filme original. A metalinguagem grita nessa cena, com alusão para além da cena icônica de 1996, onde a Drew Barrymore marcou a franquia. Temos uma conversa sobre o novo cinema de terror e o antigo. Tara, como uma jovem da nova geração, é fã de filmes como A Bruxa e Hereditário, filmes que fogem do elemento slasher e trabalham mais o psicológico da trama – tanto que ao responder a emblemática pergunta "Qual seu filme de terror favorito?" ela responde com o novo clássico do cinema The Babadook, filme lançado em 2014 e traz elementos psicólogos ao desenvolver o luto e o trauma de uma família.
(Imagem: Divulgação/Paramount Pictures)
Logo a simples ligação se torna o terror da garota e somos levados ao primeiro ataque, onde mais uma vez, em relação aos outros, temos uma violência mais elevada, aspecto que vem se observando crescente em cada capítulo da franquia, para caminhar lado ao lado com seu novo público. Tara é esfaqueada, tem sua perna quebrada e o primeiro plot twist da trama já vem aqui. Tara sobrevive e sua irmã, Sam Carpenter (Melissa Barrera) é avisada sobre o ataque e retorna a Woodsboro com seu namorado Richie (Jack Quaid).
Sam tem problemas com a família e com a cidade, e ela tem umas visões e por isso utiliza de medicamentos para restringi-las. Ela esconde um segredo, que logo é apresentado: ela é filha do Billy Loomis (Skeet Ulrich). Ainda não sei muito bem o que achei dessa revelação, mas não é algo que eu parei para refletir muito.
A apresentação dos novos personagens e a ligação que cada um deles tem com o elenco original são coisas bem interessantes. Woodsboro é cidade pequena, então isso é bem normal. A citação de personagens como o Randy (Jamie Kennedy), a ligação com todas referencias cinematográficas das regras do terror nos filmes anteriores, aqui é trazida de volta com sua sobrinha, Mindy (Jasmin Savoy Brown). Mindy explica e traz uma nova visão para franquia, mostrando ao novo público as novas regras. Uma das coisas mais legais da obra é o jogo de detetive que você fica fazendo durante todo os 114 minutos. Todo mundo é culpado até que estejam mortos e ninguém está a salvo.
Todo o longa se trata de uma bela homenagem ao filme de 1996 de forma bastante respeitosa. Homenagear Pânico é homenagear a história do slasher, seja pelo seu impacto ou pelas suas raízes, vinda de um dos maiores diretores do gênero, Wes Craven. Ao longo do filme, temos homenagens aos filmes que o Craven fez, às cenas e personagens que marcaram a franquia e adeus a um personagem bastante querido. O filme se mantém inteligente e brutal, divertido e assustador, tudo na medida certa.
Inclusive, a participação da velha guarda é colocada em doses pequenas, onde os novatos tem a vez de brilhar. Cada um, de sua forma, consegue desenvolver seu personagem dando ao espectador a chance de amar ou odiar eles. Inclusive, a protagonista, que é a nova Sidney, consegue carregar bem o papel, com seus traumas e suas desconfianças.
(Imagem: Divulgação/Paramount Pictures)
O momento da revelação e, claro, o que se leva à cena final do filme e todo o seu ápice é carregado de emoção, pois se passa na casa de Stu (Matthew Lillard), ou seja, o cenário do filme original. Mas calma, tudo tem uma explicação lógica que não é apenas coincidência. Toda a cena final se passa de forma tão respeitosa com aqueles personagens que amamos durante 26 anos e ainda temos guardado no peito que é linda de se ver.
A motivação? Eu super compreendi hahaha. Brincadeiras a parte, achei muito bem feitas as mortes e trazemos aqui um gancho que pode dar aquela revitalizada na franquia e no slasher atual. Após o revival de Halloween, o sucesso da série de Chucky, temos um grande acervo que a frente pode se traduzir como a nova era do slasher no cinema moderno. A direção de Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett foi extremamente competente, não devendo a nada a do Wes e dando orgulho ao nosso mestre, em conjunto, é claro, com o roteiro primoroso e saudosista dos James Vandebuilt e Guy Busick. Uma galera que já tem no currículo vários filmes de terror, então soube dar cabo de um trabalho com as raízes implantadas.
Como fã da obra, me senti extremamente bem servido e super recomendo para quem deseja assistir. Inclusive, levei um amigo que nunca tinha assistido a nenhum filme e, após esse, ele decidiu ver todos. Ou seja, pode ser um grande start de iniciação para obra toda.
PS: KIRBY REED IS ALIVE.
Nota: 10/10
Confira o trailer abaixo:
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