Clube do Asagohan: “All Of Us Are Dead” e a Coreia no topo (de novo)


Mais um apocalipse zumbi pra você chamar de seu. (Imagem: Divulgação/Netflix)

“All of Us Are Dead”, série inspirada no webtoon “Now at Our School” que estreou no top 10 da Netflix em 28 de janeiro e permaneceu no primeiro lugar por um bom tempo, surge no lastro do sucesso de “Round 6” e sua temática de sobrevivência, com o respaldo também de sucesso de um roteiro que se alicerça na temática dos zumbis – essa que, ainda que pareça desgastado, não “morre” tão fácil assim, sobretudo porque a série tenta fazer essa abordagem sob outras perspectivas.


Quando a série é boa, ela é muito boa. A dificuldade dela talvez esteja justamente nisso: conseguir manter-se boa por um bom tempo, uma vez que, inevitavelmente, escorrega em um dos seus muitos núcleos. A atuação do elenco, bem, é inconstante. Horas é ok, como deve ser, natural. Em outros momentos, falta. Já em alguns, vai além e nos tira da imersão do momento. Ao fim, tive a sensação que pelo menos 4 episódios poderiam ter sido cortados se ela não demandasse tanto tempo em andar em círculos no roteiro.

São personagens demais para serem apresentados em uma única temporada, portanto não há aprofundamento nem possibilidade de apego emocional a muitos deles, sobretudo quando a série insiste em inserir novos núcleos aos quais não dá a devida atenção em uma sequência mais lógica de roteiro. Aliás, que personagem insuportável é o Gwi-nam (e obviamente, por isso, seria um desgraçado highlander).

O grande triunfo do roteiro está na metáfora com tempos há pouco atuais: o vírus e a epidemia como consequência, suas mutações, a temática de quarentena e a busca pela vacina. Já o grande problema talvez esteja na dificuldade de criar um clímax, sempre preparando terreno pra situações que se “resolvem” de forma pífia. Fica o alerta de gatilho: o suicídio é uma temática mais comum do que deveria em alguns países asiáticos, portanto é tema recorrente aqui. Surpreendem positivamente os bons efeitos visuais e é sim, inquestionavelmente, um passo adiante nas produções coreanas ganhando o devido espaço na outrora euro-americana hegemonia dos streamings.

Nota: 7/10

Onde assistir? Netflix
Matheus Couto
Matheus Couto

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