
(Imagem: Divulgação/Netflix)
Hoje o Aterrorizadan aterrissa em um tema bastante pedido por vocês: vamos falar de true crimes. True crime é um termo usado para produções que trazem casos verdadeiros e expõem os detalhes dos crimes e da investigação. O termo, que é algo como “crime de verdade”, é utilizado assim mesmo, em inglês.
Nos últimos tempos, a internet vem ganhando mais e mais produções que se dedicam a esse tema. São vários os canais no Youtube como o Freak TV e a Jaqueline Guerreiro e sua Quinta Misteriosa. A mesma coisa ocorre no ramo de podcasts, que até ajudam em várias investigações. Mas isso, deixo para abranger melhor em outra sexta.
Com o advento do streaming, quem cresceu com o Linha Direta do Canal Globo, pode mergulhar mais e mais fundo nesse tema. HBO Max, Prime Vídeo e Netflix trazem um cardápio maravilhoso desse tema. O último por sinal, quase toda semana, traz um documentário sobre algum true crime pertinente para nosso conhecimento.
No mês passado, a Netflix trouxe para seu catálogo a minissérie Worst Roommate Ever, ou Moradores Indesejados. A produção, que tem o dedinho da Blumhouse Productions, embarca em uma jornada de cinco episódios dividida em quatro casos. Se você tem arrepios ao assistir filmes de terror, se prepare porque esses casos são o terror da vida real.
A proposta da minissérie é dar luz a casos que envolvem colegas de quarto que transformaram a vida de seus companheiros em um verdadeiro inferno. Devo dizer que cada caso me deixava mais horrorizado. Com depoimentos de vítimas e familiares, até pessoas que conheciam os “moradores indesejados”, a série a cada episódio vai crescendo ao olho do espectador, culminando em um episódio duplo que traz um dos casos mais chocantes da temporada.
A série começa contando o caso de Dorothea Puente, de aparência amável e indefesa. Ela foi uma serial killer que matou nove pessoas e algumas ela escondeu no quintal de casa. A senhora de boa aparência era bem vista na sociedade e tinha como função cuidar de pessoas que precisavam de cuidados. De olho no dinheiro que o governo dava (algo como o INSS), Dorothea ia envenenando as vítimas e dava cabo delas ao final. Quando era procurada sobre os desaparecidos, inventava uma desculpa. Esse caso eu já tinha visto na internet e, mesmo já conhecendo, terminei chocado.
O segundo caso coloca o foco em um assassinato passional. K.C. Joy se apaixonou pela sua colega de quarto e, ao não ser correspondido, a matou de forma brutal. Extremamente cínico e manipulador, tentou de todas as formas não ser pego, mas logo foi julgado e preso. O terceiro caso traz um protagonista falsário e muito simpático e conquistador. Cheio de lábia, ele inventava histórias e ganhava dinheiro em cima disso. Youssef Khater chegou a tentar matar uma de suas vítimas de golpe, mas a justiça chilena o deixou solto em menos de 1 ano. Infelizmente, ele continua livre e não há notícias de seu paradeiro.
O último e mais aterrorizante caso traz Jamison Bechman, um sociopata e golpista, que ao adentrar na vida das suas companheiras de casa, se transformava num verdadeiro monstro. Com o nome falso de Jed Creek, ele chegou a expulsar uma das vítimas de sua casa e manda-la para a prisão. Esse caso serviu para mostrar que não devemos abrir nossas casas para qualquer um e que a justiça estadunidense é uma droga. Eu não sei se eu me irritava mais com ele ou em como a “lei” ficava do lado da impunidade de forma clara, abrindo precedentes para que ele conseguisse passar meses e até anos dando seu golpe em uma mesma vítima.
Moradores Indesejados traz, em 4 casos, um assunto que é muito comum na realidade dos Estados Unidos e que aqui ainda é muito de nicho. Esse compartilhamento de residência para custear a vida do dia-a-dia é bem comum em estudantes universitários, mas lá é um negócio bem maior. Ao dar luz a esses casos, a minissérie abre vários precedentes em como perceber a natureza humana. Nenhum dos casos segue uma mesma motivação, fazendo o telespectador ver cada um deles de uma maneira neutra e diferente. Para quem gosta do tema, aqui você tem um prato cheio.
Nota: 10/10
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