Clube do Asagohan: Attack on Titan e o final que - ainda - não veio

(Imagem: Divulgação/MAPPA Studios)

Há alguns meses, antes da estreia da segunda – e supostamente última – parte da temporada final de Attack on Titan, já se comentava sobre o rumor de que esta adaptaria apenas até os fatos do capítulo 131 do mangá, fato que quase que 100% concretizou-se, com a diferença de que a adaptação acompanhou até o capitulo 130 da obra original. No entanto, à altura, o que esperava-se era um filme que adaptasse o restante final do mangá de Hajime Isayama, e o anúncio que acompanhou o último episódio da parte 2 no domingo passado foi um tanto diferente: em 2023, veremos o final adaptado na parte 3 desta ETERNA temporada.

Volto a falar disso mais pra frente, para permitir-me elogiar isoladamente a parte 2 da temporada final: com um pouco mais de tempo para trabalhar, o Estúdio MAPPA melhorou quase todos os aspectos do que havia demonstrado na parte 1, em especial a animação dos titãs (agora sem precisar recorrer exageradamente ao 3D) e a direção dos episódios, que, juntos à trilha sonora no ponto, construíram melhor a atmosfera dos acontecimentos que se sucediam.

Ainda que com a adição de freelancers ao projeto, para além da mudança de equipe fixa, todos os créditos precisam ser dados ao estúdio que não mediu esforços ao dimensionar o tamanho que Attack on Titan tem para esta geração de consumidores de animes: não houve um domingo sequer que a obra não estivesse, por exemplo, entre os assuntos mais comentados do Twitter, independente do motivo. A MAPPA talvez seja o estúdio perfeito para esse período de adaptação do mangá, onde os elementos de terror tomam conta uma vez que (como eu havia provocado no texto citado anteriormente) o estrondo e sua dimensão colossal vieram. E, acredite: no anime é tudo ainda mais horrível, como há de piorar.

E essa parte 2 já traz consigo momentos que entram para o hall de emblemáticos da obra: as cenas de independência da Mikasa, a relação entre os irmãos Yeager, o titã do Falco, a redenção de Annie, a história de Ymir Fritz e muito mais. O problema, talvez, seja o que vem depois: o anúncio de uma terceira parte dividiu os fãs da obra (como quem já não esperasse algo do tipo). Dos males, o menor: eu, particularmente, acho que uma adaptação seriada renderá muito mais frutos do que um filme que, apesar de potencial para arrecadação de dinheiro, deve correr com o enredo em um período relativamente curto para adaptação de alguns capítulos do mangá.

Eu não duvido que a MAPPA fará sua parte, mantendo a qualidade que acertaram nesse segundo período da temporada final. O problema, talvez, seja no material que eles têm para adaptar: fazendo esforços para não dar spoilers, o restante final do que há por vir decepcionou boa parte dos fãs da obra que a acompanhavam pelas publicações do mangá. Houve até quem preferisse que o final ficasse em aberto como no último episódio do anime que assistimos na semana passada.

Há quem acredite em um final “alternativo”. Eu duvido: até este ponto, a adaptação em anime tem sido fiel aos fatos do mangá, com ônus e bônus. Claro que é possível variar na forma que se adapta o quê, como vimos até mesmo nessa segunda parte, mas há de se respeitar a importância de ser fiel ao que pensou o autor do hit, que, aliás, acompanha de perto todos os passos de sua obra.

O que nos resta é mesmo esperar mais um ano, viver e experienciar a adaptação em coletivo nas redes e torcer para que muito mais de Shingeki no Kyojin nos aguarde em um futuro próximo (e sem ser a conta-gotas como a temporada final, por favor!). Uma obra dessa dimensão não pode findar-se em uma decepção ~alucinógena~ coletiva, como se um ~pombo~ tivesse roubado nossas esperanças e saísse voando nos fazendo viver um ciclo sem fim. RISOS.


Confira o teaser oficial da edição final da última temporada:


Matheus Couto
Matheus Couto

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