
(Foto: Divulgação/AppleTV+)
Histórias que envolvem distopias, geralmente, caem fácil no gosto do público. Seja por retratar algo tão distante e impensável, seja por mostrar exatamente aquilo que podemos temer – e prever – do futuro. Quando eu vi sobre o que se tratava Severance, a série da AppleTV+ que no Brasil foi traduzida como Ruptura, imaginei que a justificativa do seu hype estava na temática, mas descobri que era isso e muito mais.
Se você não sabe do que eu estou falando ou ainda não viu nada sobre essa série por aí, é bem possível que esteja dentro de uma bolha, porque ela já se consagrou como um dos maiores sucessos de 2022 na televisão/streaming e, para mim, já é uma das melhores séries que assisti no ano – e na vida. De forma resumida, o enredo de Severance propõe um mundo em que existe a possibilidade das pessoas separarem, de forma cirúrgica, a vida pessoal da vida profissional.
O processo de ruptura faz com que o indivíduo não lembre coisas como seus familiares, seu endereço, seus vizinhos, seu nome completo, onde nasceu, gostos pessoais, hobbies, entre outras coisas, enquanto está no trabalho. Assim como, ao sair dele, não lembra quem são seus colegas, seus chefes ou o que faz, por exemplo. E mesmo que isso, em algum momento, possa parecer uma ideia tentadora, é um procedimento que abre precedentes para comportamentos abusivos e antiéticos no local de trabalho.
No elenco, temos nomes como Adam Scott (Parks and Recreation), Patricia Arquette (The Act), John Turturro (The Night Of), Dichen Lachman (Altered Carbon), Britt Lower (Unforgettable) e Christopher Walken (The Outlaws), entre outros. O texto da série é assinado por Dan Erickson, simplesmente brilhante, e a cereja do bolo da produção é a direção de Ben Stiller. Esse, inclusive, é o primeiro trabalho que vejo do ator por trás das câmeras – e o resultado é sensacional.
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Para mim, é impossível dizer somente uma coisa boa ou que seja responsável pela qualidade e sucesso de Severance. Não dá. Acho que é o conjunto da obra que deixa o resultado tão satisfatório. A boa narrativa e roteiro, com a boa direção, se soma às boas atuações, às qualidades estéticas da produção como fotografia, trilha e design de produção. Juro, é tudo muito bom!
De fato, acho que o que faz desse sucesso ainda maior é o roteiro original. O conceito proposto pela série é muito bom e, por mais parecido que seja com outras produções como Black Mirror, por exemplo, ainda assim é um conceito único. É um misto de drama com thriller psicológico que ainda consegue te arrancar sutis risadas, ainda que nervosas, em alguns momentos.
A experiência de atuação de Adam Scott mesmo é de uma qualidade sem igual, porque por vezes você se pega na mesma angústia que o personagem, se questionando as mesmas coisas e tentando entender o que está acontecendo ali. A Britt Lower é outra que entrega demais na atuação e leva você ao mesmo misto de sentimentos da personagem.
E, para fechar com chave de ouro tudo que a série apresenta nessa primeira temporada, o último episódio consegue te deixar sem ar. As revelações e os cliffhangers para a próxima temporada, que já foi confirmada para alegria geral da nação, deixam aquele gostinho de quero mais que com certeza vai trazer todos os fãs de volta quando os novos episódios, ainda sem data, forem lançados. E eu sou uma delas!
A série explodiu minha cabeça, me levou a questionar inúmeras coisas, se coloca como uma crítica incrível das relações trabalhistas atuais, de como nos envolvemos com o nosso ambiente de trabalho e até mesmo sobre quem lucra com essa desumanização que, por muitas vezes, ocorre no ambiente corporativo – e na maioria das vezes de um jeito que você, trabalhador, nem percebe, sendo iludido com “mimos” e “recompensas” que não valem um por cento do que realmente as demais coisas te causam.
Como dito, a série é uma produção original da AppleTV+ e está disponível no streaming da maçãzinha. Até o momento, a segunda temporada não tem data, mas está prevista para o primeiro trimestre de 2023, visto que as gravações começam ainda esse ano. O primeiro ano da produção teve nove episódios, mas a segunda leva contará com dez.
Muitas teorias, expectativas, mas até lá: assistam Ruptura e saibam que vem MUITO aí!
Nota: 10/10
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