
(Imagem: Divulgação/Paramount Pictures)
O Tom Cruise está em uma fase na carreira em que ele não precisa aceitar qualquer trabalho, seja qual for o motivo. Ao mesmo tempo, apesar de estar próximo dos 60 anos, a vontade de atuar não diminuiu. Por conta disso, nos últimos anos, a qualidade dos filmes em que ele participa está ficando cada vez melhor. Em grande parte deles, como por exemplo as sequências de Missão Impossível, ele também é creditado como produtor, participando ativamente tanto dentro quanto fora da tela. Nesta sequência, conseguimos acompanhar outra dessas aventuras, provando ser a melhor fase do ator.
Em Top Gun: Maverick, algumas décadas se passaram desde os acontecimentos do primeiro filme, e o Capitão Pete ‘Maverick’ Mitchell (Tom Cruise) continua com a personalidade rebelde, indo de um trabalho para o outro sempre que passa dos limites. Entretanto, ele conta com o apoio do agora Almirante, Tom 'Iceman' Kazansky (Val Kilmer), que toda vez se encarrega de colocá-lo na ativa novamente. Não muito tempo depois, uma missão de extrema importância e urgência surge, trazendo Maverick de volta para a escola de pilotos Top Gun, com o intuito de ensinar e selecionar os melhores dos melhores para concluí-la.
Olhando em uma camada superficial, algumas pessoas podem classificar esse novo filme como uma cópia barata do primeiro, em que a equipe envolvida não se dedicou o bastante para criar algo único, apoiando-se apenas no que era considerado seguro. Afinal, Top Gun - Ases Indomáveis de 1986 é um sucesso, relembrado até os dias de hoje. Seria uma saída fácil e provavelmente certeira. Porém, no decorrer do longa, é perceptível que os criadores entenderam o que tinha de bom no primeiro e conseguiram melhorar, ao mesmo tempo em que corrigiram o que não tinha dado certo, gerando uma nova história, ainda melhor, conseguindo superá-lo.
O diretor Joseph Kosinski, que já trabalhou com Tom Cruise em Oblivion (2013), reproduziu sabiamente elementos e até sequências inteiras do original, começando com a cena inicial, mostrando o trabalho dos profissionais da marinha no porta-avião. Continuando com os paralelos, tivemos a icônica chegada do instrutor no primeiro dia de aula, a algazarra no bar com os alunos no dia anterior, o esporte na praia e várias outras que serão captadas pelos olhos mais atentos. Porém, vale o registro de que, mesmo sendo aconselhável, não é necessário ver o filme de 1986 para aproveitar este, porque ele se encarrega de relembrar os espectadores do que será importante para entender a história contada agora.
A parte técnica se destaca, aperfeiçoando o que já era ótimo. Com a tecnologia atual, conseguimos acompanhar de forma mais clara tudo o que acontece no ar, seja dentro ou fora dos caças, gerando cenas lindíssimas, também se aproveitando das paisagens. Outro aspecto adiciona ainda mais verossimilhança: as câmeras dentro das cabines de pilotagem. Podemos ver nas atuações, liderados pelo próprio Tom Cruise, do quão difícil é pilotar aqueles aviões, passando por velocidades absurdas e suportando altos níveis de Força G.
Top Gun: Maverick é uma assumida homenagem de um filme que não precisava de uma sequência e que tinha tudo para dar errado, mas foi conduzido sabiamente para gerar nostalgia na dose certa, sem esquecer de aperfeiçoar o conteúdo, deixando de lado o patriotismo barato e focando na relação dos personagens. Além do mais, desta vez, temos uma missão que realmente é convincente, criando uma tensão genuína para atingir os objetivos nos minutos finais. Ao sair da sessão, tive a sensação de que, quanto mais Tom Cruise, melhor.
Nota: 9/10
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