B!TCH, ela é a Madonna

(Imagem: Reprodução/ Instagram @madonna)


Ao falar de música, a gente sempre lembra dos ícones que passaram pela terra e infelizmente não estão mais entre nós. É sempre mais fácil enaltecer um trabalho concluído, do que olhar ao redor e dar a devida importância para o que está aí. Como Pitty disse em sua música Me Adora “Não espere eu ir embora pra perceber que você me adora, que me acha foda.”, e caso você ainda não percebeu, na música, desde da década de 80 a gente só tem uma Rainha, e o nome dela é Madonna.


É impossível tratar sobre a história da música mundial, sem colocar o nome da que basicamente criou o pop e o colocou em evidência. Há 40 anos, ela vem subvertendo a indústria e sendo referência em tudo o que faz. Madonna Louise Veronica Ciccone trata sobre assuntos tabus desde religião, feminismo, LGBTQIA +, AIDS e o ato de envelhecer. Ela enfrenta essa indústria machista, que a todo instante tenta calá-la, subjugá-la e buscam a todo custo sujar sua imagem, como acontece com várias mulheres.

(Imagem: Reprodução/ Instagram @madonna)

Desde novo, eu cresci ouvindo a palavra da Madonna. Minhas tias tinham fita cassete, que rodavam em seus micro system as noites, enquanto elas estavam escrevendo em diários e eu deitado ouvindo as canções. Como bom garoto gay que fui, me aliei a Britney Spears, a princesa do Pop e a quem sempre foi vista como a sucessora natural da Rainha do Pop. Crescer ouvindo o pop da Britney, sempre tendo a Madonna como uma de suas referências, é dar valor a um legado único. Quando foi lançado o single Me Against the Music em 2003, para o álbum In The Zone, foi basicamente o encontro de titãs que tanto esperávamos.


Em 2005, ela trouxe de volta às paradas a disco music, com um dos melhores discos já lançados: o Confessions on a Dance Floor. Eu estava viciado, e todos ao meu redor também. Ele tocava em todos os lugares onde eu estava, era na rádio, na MTV, no meu quarto, no carro do meu primo. Aos 47 anos, ela provava mais uma vez, que ainda tinha MUITO a oferecer a indústria musical e estava muito longe do seu fim.


Hoje com 64 anos, ela continua sua luta. Ela mostra que ainda é mulher, que ainda pode sim ser sexy, ela quer mostrar que não vai ser ninguém que vai tirar a vitalidade dela. Ela vai a luta, continua chocando, mas dessa vez simplesmente por se recusar a ser uma “senhorinha recatada”, mas mostrando que mulher com mais de meia-idade se mantém relevante com a sexualidade ainda aguçada. Lógico, por que para uma mulher é extremamente vergonhoso ousar querer ser sensual e para homens é natural envelhecer e se tornar até mais atraente? Não, aqui não.


Madonna vai levar os esporros da mídia, da sociedade do momento, para quando garotas como Katy Perry, Taylor Swift, Beyoncé, Britney Spears, entre outras, chegarem na idade dela, se quiserem, terem a opção de manter sua sexualidade e sensualidade acesa na indústria, sem serem deixadas de lado. O argumentação dela com a sociedade vem desde muito cedo em sua carreira, quando ela abordou a questão do aborto em Papa Don’t Preach, as questões religiosas em Like a Prayer, o encorajamento libertário feminino em Express Yourself, o álbum Erotica que o nome já fala tudo, e por todo esse caminho até agora, seus ideias e politicas são sempre trazidos em suas letras e videoclipes.


Mesmo no seu último trabalho, o Madame X de 2019, Madonna se manteve com outro título marcante: o de camaleoa do pop, uma de suas marcas. Sempre mudando e nunca se mantendo na mesmice, ela aos 61 anos trouxe novas sonoridades, mantendo-se fiel a muito de sua origem e abordando assuntos, como o porte de armas, política e religião, e claro, sempre dando visibilidade a comunidade que sempre a abraçou, a LGBTQIA +.


Mostrando que ainda tem muito a oferecer, a cantora está trabalhando atualmente na cinebiografia, que não sabemos muito bem até que ponto ela vai narrar, e sendo para o bem ou paro o mal, estamos bastante ansiosos para ver no que vai dar. A atriz Julia Garner dará vida a Rainha do Pop, e quem conhece o trabalho dela, sabe da competência da garota. Esse ano foi lançado um compilado de remix, a cantora Beyoncé utilizou a icônica musica Vogue em um mashup de seu single Break My Soul e um décimo quinto álbum deve chegar logo logo. Para os haters, não vai ser agora que a Queen vai descansar.

Não, não vamos esperar ela ir embora para dar os devidos créditos a quem merece. E sim, Madonna é foda e vai continuar sendo por muito tempo, pois ícones nunca deixam de existir.


Adan Cavalcante
Adan Cavalcante

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