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(Imagem: Divulgação/A24) |
O interior estadunidense sempre acolhe histórias interessantes no terror. Não é atoa que um dos slashers mais famosos, e um dos precursores do gênero, O Massacre da Serra Elétrica, se passa nessa região. A localidade afastada, pessoas pouco ou quase nada acolhedoras e a estranheza aparente faz o telespectador a todo momento duvidar de tudo e todos.
O subgênero slasher, que teve seu auge no final de 70 e primeira parte de 80, é aquela mistura de sangue e sexo. Suas obras, se trilhassem por um caminho diferente, poderiam ser um pornô de péssima qualidade, mas ao escolher trazer um homicida mascarado para elevar na hora do ápice um corte sanguinolento em uma garganta, no lugar de uma ejaculação facial, faz toda a diferença.
Ao conduzir X: A Marca da Morte, Ti West une de forma magistral esses dois tópicos. Em sua trama simplista, um grupo de atores vão para o meio do nada para trabalhar em um filme adulto. O que eles não esperavam é que isso seria a última coisa que eles iriam fazer na vida. Com um elenco de novatos e veteranos, a obra tem como protagonista Mia Goth, que aqui tem um papel duplo. A jovem Jenna Ortega, uma das queridinhas do momento que esteve recentemente em Pânico, entrega aqui uma performance incrível também. Kid Cudi e Brittany Snow estão bem legais em seus papéis e ao lado do Martin Henderson funcionam na contagem de corpos necessária.
Um dos elementos trazidos aqui, além dos já citados, é o terror geriátrico. As figuras “imaculadas” e “inofensivas”, por mais que estranhas, dos donos da casa que eles vão gravar o filme são apresentadas aqui e logo virão a se tornar os antagonistas. Logicamente, como um bom slasher, por mais que a película caminhe de forma gradual, sem mostrar muito de início, uma hora ou outra sangue vai ter que espirrar na tela e cada situação é posta de maneira extremamente gore e inteligente.
A ambientação setentista é muito bem trabalhada, levando o telespectador a uma obra do Wes Craven. O diretor, inclusive, mestre do subgênero, ficaria bastante orgulhoso aqui, pois o próprio cinema serviu de influência na trama de X, como o já citado Massacre da Serra Elétrica, que é o mais evidente inclusive, além de Psicose, Alligator - O Jacaré Gigante, Boogie Nights, entre outros.
O Ti West conduz sua trama de forma fascinante, além de dirigir, ele roteirizou e produziu o filme. O modo de fazer cinema independente também foi bastante utilizado nas referências, sendo um filme slasher (ou até o filme adulto dentro do filme), as cifras não foram de blockbusters e sim, modestos 12 milhões. Outro ponto de destaque da obra é, com toda certeza, sua trilha sonora, tanto as músicas da época, quanto as compostas para o filme. É um personagem a parte e faz toda a produção elevar ainda mais o nível.
No caminho ao estrelato, Mia Goth brilha aqui de uma forma ÚNICA! Ela é a dona do filme e ninguém pode falar ao contrário. Sua atuação vai crescendo aos poucos, sendo tímida, caminhando em passos pequenos e estourando em seu ápice de entrega. Seja como Maxine, a mocinha do filme que foge dos clichês de moça virgem e puritana, passando pela grande antagonista da obra: Pearl. O que a maquiagem e a atuação da Goth fez aqui é lindo de se ver. Isso é outro nível.
Pearl inclusive, vai ganhar seu próprio filme, um prequel que tem previsão de estreia para setembro. Goth se manterá no papel, agora mostrando sua juventude. Podemos esperar aqui mais uma vez, a atriz mostrando todo o seu potencial como vilã. Por sinal, tanto ela quanto a Ortega, caminham lado a lado para se tornarem as novas scream queens da nova geração. Talento, pulmão e dedicação aos seus respectivos papéis, elas já mostram que possuem de sobra.
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(Imagem: Reprodução/X - A Marca da Morte) |
Confira o trailer abaixo:
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