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(Imagem: Divulgação/Universal Pictures) |
A franquia de Jurassic Park sempre atraiu a atenção do público desde o lançamento do primeiro longa nas telonas. Como uma criança nascida nos anos 90, carrego lembranças dos brinquedos de dinossauros que eram recorrentes entre os amigos e bastante requisitados, aparecendo em desenhos animados diversos. Esses animais, que há milhares de anos habitavam nosso planeta, também despertam a curiosidade nos adultos. Hollywood sabe disso e é lá que muitas ideias são reaproveitadas de tempos em tempos. Portanto, não houve surpresa quando Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros foi lançado em 2015, nem o imediato sucesso, ficando próximo dos dois bilhões de dólares na bilheteria mundial. Agora, em 2022, o dinheiro continua aparecendo, embora a qualidade das ideias não pareça seguir o mesmo caminho.
Neste Jurassic World: Domínio acompanhamos as consequências das ações vistas no filme anterior, com os dinossauros espalhados em nosso mundo, no meio da fauna e flora. Como era de se esperar, inicialmente isso causa estranheza tanto para os humanos quanto para os animais de cada região, gerando até algumas mortes cada vez que esses encontros não dão muito certo. Ao mesmo tempo, essas espécies, que pouco tempo atrás estavam extintas, tornam-se “objetos” desejados por grandes empresas para utilização do gene ancestral e também por agentes do mercado clandestino.
A produção tenta gerar a sensação de nostalgia, perceptível desde a divulgação dos primeiros trailers. Os protagonistas da trilogia original estão de volta e sentimos um quentinho no coração quando somos reintroduzidos à Dra. Ellie Sattler (Laura Dern), ao Dr. Alan Grant (Sam Neill) e ao Dr. Ian Malcolm (Jeff Goldblum). Os retornos não pararam por aí. O diretor é o Colin Trevorrow, o mesmo do primeiro Jurassic World de 2015. Porém, trazer todo mundo de volta não é garantia de nada, principalmente quando o conteúdo apresentado fica abaixo do padrão da própria franquia.
A história é dividida inicialmente em dois grandes núcleos, o do trio original citado anteriormente e o da dupla atual, com o Owen Grady (Chris Pratt) e a Claire Dearing (Bryce Dallas Howard). Ambos têm motivações únicas dentro da narrativa e os grupos vão recrutando novos aliados à medida que se aproximam dos objetivos, até inevitavelmente se encontrarem. A parte humana, de investigações e relacionamentos, toma grande parte do filme, o que não deveria ser o foco. Certas decisões tomadas não fazem sentido e isso é exemplificado até mesmo dentro do longa quando um personagem pergunta para o outro: "Vai arriscar a vida por pessoas que nem conhece?". Ao recebermos a resposta dessa motivação, pouco tempo depois, fica difícil acreditarmos que alguém realmente faria aquilo.
O filme melhora consideravelmente justamente quando estamos juntos dos dinossauros, mais próximo do terço final. São nessas sequências que a produção se mostra de altíssimo nível, com locações muito bem montadas e verossímeis, além de enaltecer o incrível trabalho dos efeitos especiais, sempre consistentes. Também é a partir desse momento que temos as já características cenas de suspense com os gigantescos animais pré-históricos perseguindo os personagens, deixando o público vidrado na tela, sem ter tempo nem para piscar os olhos.
Fica a sensação de que as ideias se esgotaram. Toda a franquia de Jurassic Park funciona melhor quando é focada nos dinossauros, com os humanos tomando papéis secundários no enredo e não o contrário, como a história atual se apresenta. A qualidade técnica só melhora, mas ela por si só ou junto ao carisma do elenco não são suficientes para sustentarem a expectativa final do público. Apesar de amar esse universo, acredito que o melhor para o futuro seria uma pausa ou recomeço.
Nota: 6/10
Onde assistir? Globoplay e NOW
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