PRIMEIRAS IMPRESSÕES: House of the Dragon (1ª Temporada)


(Imagem: Divulgação/HBO)

Dois episódios de House of the Dragon foram ao ar nos canais da HBO e também no streaming HBO Max, dando-nos uma ideia do que teremos daqui para frente, no decorrer da primeira temporada como um todo. Vamos discutir sobre o que o enredo já conseguiu nos entregar, servindo de base para as motivações dos personagens e se esta prequel faz par à qualidade apresentada na predecessora.

Uma ótima forma de começar é falando da abertura, que esteve ausente no piloto, mas apareceu de forma nostálgica no episódio seguinte. Eu não queria estar na pele dos idealizadores da série para tomar a decisão de criar uma nova. A abertura de Game of Thrones é uma das melhores da história, tanto na composição musical quanto na parte artística. Só de ouvirmos uns cinco segundos entramos naquele mundo, servindo como uma espécie de transe para ficarmos totalmente imersos em Westeros pela próxima hora. Então, mesmo estando curioso pelo o que o compositor Ramin Djawadi traria, entendo perfeitamente a escolha por manter a mesma icônica trilha sonora, optando por caprichar nos detalhes da árvore genealógica Targaryen.

Voltando agora para o primeiro episódio, ele foi um início forte e impactante. Rapidamente localizou para a audiência o estado do reino naquele que é o auge da dinastia Targaryen, depois de uma sólida regência do Jaehaerys I (Michael Carter), durando quase 60 anos. O uso de um prólogo, detalhando as ponderações dos lordes no Grande Conselho de 101, demonstrou a tensão que pairava na corte. Afinal, uma dinastia só estará segura quando tiver herdeiros estabelecidos, de preferência no plural mesmo. É nessa introdução que o tema da sucessão se faz presente, com a escolha do parente homem mais próximo em detrimento da prima mulher mais velha.

Para os fãs dos livros, é fácil perceber algumas mudanças, mas nada que prejudique a história. A principal é a diferença de idade entre a princesa Rhaenyra Targaryen (Milly Alcock) e a melhor amiga, Alicent Hightower (Emily Carey). Essa última teria 10 anos a mais, o que claramente não é o caso. Pelos detalhes soltos até aqui, a Rhaenyra chega aos 15 anos, enquanto a Alicent aparenta ter apenas um pouco a mais ou similar. Ao meu ver, uma saída acertada para essa adaptação, aproximando as duas personagens e intensificando a ruptura que vimos ao fim do segundo episódio.


(Rhaenyra e Alicent. Imagem: Divulgação/HBO)

As passagens de tempo são recorrentes e feitas sutilmentes. Não teve nenhum letreiro avisando: “5 anos depois”, ou algo do tipo. Mesmo assim, através dos diálogos e algumas características físicas de figuras centrais, conseguimos entender tranquilamente o que acontece, sem nos perdermos. A partir disso, conhecemos aqueles fazem parte do Pequeno Conselho e as atribuições de cada um, a conturbada relação entre os irmãos Viserys I (Paddy Considine) e Daemon Targaryen (Matt Smith) e até uma preocupação em distinguir os dragões apresentados, a pedido do criador desse universo, o George R.R. Martin.

Eu poderia passar muito mais tempo escrevendo sobre, principalmente da linda fotografia em várias tomadas, mas gostaria de trazer um último destaque: as atuações. É difícil encontrar alguém que destoe do nível altíssimo de qualidade. Além dos nomes citados acima, todos ótimos, quem rouba a cena até aqui é o casal Corlys Velaryon (Steve Toussaint) e Rhaenys Targaryen (Eve Best). Sempre que estão em tela, tornam-se o centro das atenções, transmitindo imponência, sabedoria e desdém, não necessariamente nessa ordem. Quem também não fica para trás é o Rhys Ifans no papel do Otto Hightower, a Mão do Rei. Um nobre ambicioso e que tem um importante cargo na corte, do qual ele procura aproveitar ao máximo.

É apenas um começo, mas tivemos de tudo um pouco. Até spoilers de livros ainda não publicados com a tal “Canção de Gelo e Fogo”, referência direta ao título original em inglês dos livros, “A Song of Ice and Fire”. As intrigas que virão com o dilema da sucessão, pela primogenitura ou não, foram bem plantadas e já percebemos alguns personagens mudando de opinião. Por exemplo, o Otto apoiou a Rhaenyra contra o Daemon, mas agora a própria filha dele será esposa do rei. Enfim, por enquanto, continuo confiante no trabalho dos showrunners Miguel Sapochnik e, principalmente, o Ryan Condal, que é bem próximo ao George R.R Martin. Sabendo da qualidade e potencial dessa trama, fico ansioso pelo o que está por vir no restante da temporada. Se tudo der certo, teremos bastante Fogo e Sangue.

Ah, e não custa nada para a HBO dá uma revisada nas legendas, né?

Micael Menezes
Micael Menezes

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