RESENHA LITERÁRIA: Verity (2018)

(Foto: Adan Cavalcante)

"Nunca há um momento no processo de escrita em que eu sinta que consegui atingir o que eu queria, ou que estou escrevendo algo que as pessoas precisam ler. "

Uma das autoras mais faladas ultimamente nas redes sociais, e com toda certeza queridinha do momento, é a Colleen Hoover. Com suas histórias eletrizantes, ela vem conquistando um grande público. Não é de se espantar a quantidade de leitores que divulgam seu trabalho, e já teve algumas obras sendo bastante discutidas e difundidas em todas as redes sociais, sendo sempre tópico de discussões.

Após várias dicas de qual livro da autora seria meu primeiro, ponderei bem minha escolha e decidi por Verity, lançado em 2018. Foi uma escolha calculada, pois muitas pessoas minhas alertaram dos gatilhos que sua obra entrega, e aqui não foge muito da regra, sendo um livro extremamente denso, com situações de tirar o fôlego e que podem deixar uma pessoa de estômago fraco bastante incomodado.

Mas, do que diabos se trata esse livro? Já avisando que possíveis spoilers podem estar salpicados dentro do texto. A história é contada a partir da visão da Lowen Ashleigh, uma escritora low profile que acabou de passar por uma perda, está sendo despejada e está vivendo um bloqueio de escrita. Ao conseguir uma entrevista de emprego, ela se anima no que pode ser uma chance de encaminhar sua vida. O que ela não esperava era que o destino já iria brincar com ela logo nas primeiras páginas, fazendo-a passar por outro trauma.

Ao presenciar um acidente bem no caminho da entrevista, ela é auxiliada por um homem bem abençoado que a lhe dá total apoio, e sua camisa. Toda estrutura das cenas já nos faz prever o que está por vir, mas mesmo assim, a gente quer saber como tudo vai se desenrolar. Toda a entrevista é um mistério e ela não sabe de muita coisa. Ao se direcionar ao prédio, ela percebe que o rapaz segue no mesmo caminho. Claro, não é possível que isso seja coincidência.

Óbvio que esse cara não seria apenas um qualquer e acaba sendo o motivo dela estar ali. Jeremy, um cara forte e super atrativo, é casado com uma das autoras mais bombadas do momento, Verity Crawford. A razão da reunião vem de um possibilidade de ouro: Lowen iria auxiliar na finalização da saga de sucesso que, por motivos de saúde, Crawford não pode terminar. A verdade é que a autora se encontra em cama, em um estado que a impossibilita de continuar a conceber sua obra.

A nossa protagonista não aceita logo de primeira, pois não quer trabalhar em algo que não é seu. Mas as contas se acumulam e o sorriso do Jeremy também a ajuda a aceitar mais rápido. Criando certas barreiras, pois tem consciência que independente da situação da esposa, ele é um homem casado, Lowen entra na jogada e aceita o desafio. Ela viaja até a mansão onde a família Crawford mora e se instala na residência.

Em meio aos livros e o luxo, um manuscrito é encontrado e a partir desse momento, a vida de nossa protagonista E NOSSA PERCEPÇÃO DE TUDO vira de cabeça para baixo. Uma série de acontecimentos são narrados de forma seca e sem pudores por Verity, onde a cada parágrafo vamos conhecendo mais e mais os segredos sujos que a autora esconde. Mesmo sabendo que não deveria estar lendo aquilo, Lowen se viu obrigada, primeiramente, para entrar na mente da sra. Crawford, mas também porque algo muito estranho não está certo ali.

Em cada página que a nossa protagonista vai se adentrando, a gente vai ficando chocado. De morto cortante e direto, Verity não narra apenas as cenas tórridas de seu relacionamento, mas também todas mágoas, anseios e… assassinatos? Alguns traumas também ocorrem naquela família que, aos poucos, vão se mostrando como uma sucessão de acontecimentos bizarros. Além disso, aparentemente Verity não está tão doente quanto aparenta.

Em suas 320 páginas, Hoover vai prendendo mais e mais o leitor, fazendo com que você não consiga parar de ler, pois deseja loucamente saber o que está acontecendo dentro daquela casa, com aquelas pessoas e naqueles manuscritos. Ela conduz tudo com maestria, onde ninguém ali é perfeito. Todos podem ser culpados, cheios de demônios a espreitas. Com algumas cenas que fazem você congelar a espinha e um final polêmico que perdura em uma discussão até hoje.

Para a primeira leitura da autora, confesso que conseguiu conquistar e me deixar ansioso por suas outras obras que já estão no gatilho aqui para serem apreciadas. Alerto que não é uma leitura leve e muitos momentos podem incomodar mesmo. Consegue trabalhar o estilo thriller, onde a qualquer momento você espera que algo aconteça. É inovador ou revolucionário? Não, mas naquelas 320 páginas você encontra uma boa leitura.


Nota: 9/10
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Ano: 2020
Editora: Galera Record
Páginas: 320


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Adan Cavalcante
Adan Cavalcante

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