
(Foto: Divulgação/Arquivo pessoal)
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1) Malu, você é natural de Recife, mas há alguns anos largou tudo para ir atrás dos sonhos no Rio de Janeiro. Como foi esse processo de mudança? O que te motivou?
1) Malu, você é natural de Recife, mas há alguns anos largou tudo para ir atrás dos sonhos no Rio de Janeiro. Como foi esse processo de mudança? O que te motivou?
Meu processo de mudança foi um processo meio que intuitivo e do nada, porque eu era modelo, na verdade, eu fazia uns trabalhinhos de modelo. Não era profissão, não era renda, não era nada. Era menor de idade. Aí, uma agência de modelo me convidou pra vim trabalhar no Rio e a gente topou, né? Minha mãe topou, meu pai topou, meu irmão topou. Eu tive muita sorte, porque minha família me apoiou e fizemos as contas, pegamos as trouxas e viemos embora. Minha mãe e eu. Até hoje eu acho meio louco, acho uma coisa muito radical e eu estava no instinto de aventura, né? De me jogar e minha mãe topou. Eu acho que a maior sorte da vida foi esse apoio da família. E o resto foi chegar aqui e correr atrás realmente não tinha nada certo.
2) Você sempre teve o sonho de ser atriz ou quando esse desejo passou a fazer parte de você?
Eu nunca falei que eu queria ser atriz, não tinha essa referência na minha vida. Mas, eu sempre tive referências artísticas muito grandes. Tenho uma família que é muito envolvida com música, tive muito filme, muita TV na minha casa, novelas, tias, avós, todos gostavam muito de todo esse universo, né? Então, eu sempre fui uma espectadora disso e muito desinibida também quando eu era criança. Hoje eu sou até mais tímida, mas quando criança eu fazia shows em casa, só andava de batom vermelho, amava ficar cantando, dançando. Tinha uma veia artística ali que ela aflorou, né? Encaixou, vamos dizer assim.
3) Já foram alguns trabalhos para a conta, dentre séries e novelas, somando pelo menos uns 6 na televisão, entre Globo e Record. Além disso, você também estudou e fez teatro. É possível dizer que tem algum “tipo” preferido de trabalho? Entre novelas, filmes, séries e peças. Pra ti, qual a diferença entre eles na prática?
Pois é, já estamos aí nos seis trabalhinhos de televisão, né? Algumas peças, alguns filmes, alguns pra estrear também. Entre essas dinâmicas de TV, cinema e teatro tem sim diferença. Os processos são bem diferentes. Todos envolvem criação de personagem e decorar textos, mas o ambiente é completamente diferente. O teatro tem todo o ensaio durante meses, porque você vai repetir aquilo, então é algo como uma criação antecipada para depois ter todo o trabalho que é quase ser um atleta mesmo, de estar em cartaz e repetir aquilo com a mesma intensidade, com a mesma vontade e não dá pra repetir 100% igual, o ao vivo é isso, não dá pra repetir. Essa experiência do teatro eu acho a mais fascinante de todas. Televisão tem esse processo de criação também, mas na hora do vamos ver a gente tem a chance de refazer e a gente vai gravando aos poucos, às vezes volta pro início, vai pro final, então é um trabalho muito mental, de muita tensão, porque você precisa encaixar o quebra-cabeça no final das contas. Mas, eu acho que a dificuldade é igual nos dois, tanto no ao vivo, quanto na criação do estúdio e ter todo esse fio mediador. Acho os dois super difíceis e prazerosos de fazer e é aí que está o nosso desafio, o que a gente ama fazer.

4) Na pandemia, você atuou em uma peça virtual junto com João Campany. Como foi o desenvolvimento deste trabalho até a estreia? E como essa experiência foi pra ti? Principalmente considerando o cenário em que estávamos.
Pois é, na pandemia a gente fez essa peça online que foi uma experiência única, nova pra mim e pra muita gente, até pros espectadores. Ninguém nunca tinha visto isso, foi algo que veio junto com a pandemia e assim, foi um processo muito de necessidade, sabe? Artística, de respirar arte nesse período de isolamento em que a gente consumia muito. Vimos como que a arte é importante pra gente se manter são e ter mais esperanças, a arte traz isso, eu acho, a cultura traz isso. E aí a nossa peça veio nesse impulso. O João escreveu, dirigiu e me convidou. Foi uma oportunidade incrível. Eu agradeço a ele todos os dias e tenho muito orgulho desse trabalho que foi muito de tudo. Usar minha casa, minha mãe, não poder sair, não poder se encontrar, não poder comemorar juntos, era tudo online, então, foi muito louco.
5) Falando de profissão, quais são as suas referências atuais?
Cara, a gente está numa rapidez né? Numa evolução de conteúdos, que a gente até se perde assim. Eu estou assistindo muitas séries, tenho uma paixão por The Handmaid’s Tale, que é O Conto da Aia. Admiro muito a Elizabeth Moss, que é a protagonista e que também dirige. Eu gosto muito dessa dinâmica de ser atriz, diretora, produtora. Estou admirando muito Lázaro Ramos. Todo o trabalho que ele vem fazendo com a Taís Araújo, também de direção, atuação…Dira Paes, Wagner Moura, todo esse movimento desses atores e diretores que estão conseguindo acessar o mundo, eu tô admirando demais, eu acho que esse momento eu tô nessa.
6) Retomando a sua história, você é bisneta do cineasta Ugo Falangola, ou seja, a arte sempre esteve presente na sua vida e família. De que maneira esse histórico familiar te impacta? Impulsiona ou em algum momento amedrontou?
Eu não conheci esse meu bisavô, mas conheço a história dele, que já me inspira demais e me emociona até ver os vídeos, entender que lugar diferente foi esse que ele ocupou naquela época né e acho que hoje me pega como uma grande referência. É uma grande referência e orgulho, mas depois dele basicamente minha família não tem outras pessoas se envolvendo com essa arte, né? A não ser a filha dele que trabalhava, que é uma das minhas tias que eu pude conhecer e conviver, que ela trabalhava nos filmes dele, mas não foi algo que foi uma profissão dela. Isso não aconteceu. De qualquer forma, isso me impulsiona demais, porque me orgulha. É isso. Me orgulha. Poder carregar esse sobrenome. Poder saber no meu sangue tem esse esse momento histórico.
7) A gente enfrenta atualmente um governo que menospreza muitas coisas, dentre elas a cultura. Contudo, nessa contramão a gente pode ver aí na pandemia que o que “salvou” a sanidade de muitas pessoas foi a arte, seja a música, as séries e filmes, escrever, pintar, etc. Pra ti, qual a melhor forma de enfrentar esse período obscuro e, principalmente, enfrentando com e através da cultura?
A gente viu que a arte e a cultura é o que realmente nos move e nos faz seguir em frente. Nos dá esperança, eu acho que essa é a palavra. É algo que contagia a gente, a gente se identifica quando assiste, a gente se arrepia quando ouve, a gente se emociona quando lê um livro. Então eu acho que está tudo ligado. Eu acho que a cultura é uma das partes mais importantes da nossa vida.
8) Como você se prepara para os trabalhos? Tem algum ritual especial?
Ritual mesmo não, na verdade, eu tenho antes de entrar em cena. Sempre agradeço e peço proteção para os meus guias, ao Dionísio, aos deuses, às deusas, que todos abram meu pra minha criatividade passar. Mas, o meu ritual mesmo é o estudo. Eu me preparo muito antes. Eu gosto muito de estudar, de saber de tudo, porque eu já sou uma pessoa meio atrapalhadinha, sabe? Então, eu sei que eu preciso estudar bastante pra ficar 100% segura. Eu dedico muito o meu tempo naquilo, nas leituras, eu sempre tenho alguém me acompanhando, algum profissional, algum professor, quem ensina interpretação de alguma forma. Como eu ainda tô no início da minha carreira, cheia de trabalho, eu sempre busco conhecer algo novo. Então, para cada trabalho eu tive um método diferente de estudo. Isso está me acrescentando bastante na vida, porque aí eu vou usando o que eu acho melhor pra mim.

9) Sula, personagem de Malhação – Pro Dia Nascer Feliz (2016), foi seu primeiro papel de destaque na televisão, certo? Como foi começar justamente com o papel de uma nordestina decidindo ir para o Sudeste atrás de suas realizações?
A Sula e a história dela se parecem demais com a minha. Eu acho que foi um presente de toda essa conexão que eu falei de como que eu vim parar aqui no Rio, né? Que eu não sabia muito bem o que era e aí vem a Sula, uma personagem incrível, enorme e que era muito parecida comigo, então se tornou até fácil eu brincar com isso. Eu digo que foi destino mesmo. Ela era pra mim, eu era dela e até hoje as pessoas me chamam de Sula na rua, o impacto foi maravilhoso.
10) E aproveitando o gancho, o que tem de você em cada uma das suas personagens e o que é mais diferente? Considerando Natália, Sula, Ioná, etc.
Vamos lá, catar no fundo do baú… A Natália acho que eu tinha muito a ver com ela nesse jeitinho de querer cuidar de tudo. De ficar atenta a tudo. De se preocupar com as coisas. A Sula eu acho que o jeitinho espevitado dela, meio perdido, meio brincalhão, eu sou muito assim, meio lesa, às vezes. Olha, a Ioná é fogo né? Mas eu acho que eu tinha um pouco, tá? Não é tanto quanto ela não, mas um pouco de ambição. De querer vencer, de ir atrás, mas sem a ruindade e sem a inveja. Eu vou através dos meus caminhos, não passando por cima de ninguém, pelo amor de Deus. (Risos) E a Amanda, acho que eu me identifico com ela na questão da doçurinha, eu sou meio quietinha, assim meio calminha. Eu trabalho, vivo com a minha mãe, eu acho que isso a gente tem a ver. Acho que é isso.
11) Filme favorito?
Medida Provisória - Lázaro Ramos
12) Livro favorito?
12) Livro favorito?
A invenção do Nordeste e outras artes - Durval Muniz de Albuquerque
13) Música ou artista preferido?
13) Música ou artista preferido?
Tudo de Caetano Veloso
14) Lugar preferido?
14) Lugar preferido?
Recife
15) Comida preferida?
15) Comida preferida?
Caranguejo
12) Se tivesse que dar algum conselho para a Malu de 10 anos atrás, você diria o que?
12) Se tivesse que dar algum conselho para a Malu de 10 anos atrás, você diria o que?
Eu diria: não tenha medo. Vai dar tudo certo. Você é capaz.
(Foto: Reprodução/Record TV)
13) Como Malu definiria a Malu?
Olha, eu já refiz essa resposta umas quatro vezes, então eu vou dizer que eu sou indecisa já de cara. Eu sou contraditória, eu sou dedicada ao que eu faço. Eu sou muito fiel a tudo que eu quero e a tudo que eu tenho. Eu dou mil por cento de mim pra muita coisa. Eu também sou uma pessoa muito direta. Até perco um pouco do filtro, às vezes. Mas, também sou uma pessoa muito tranquila, não quero demais de ninguém e faço muito por mim. Tento sempre me colocar em primeiro plano. Acho que essa é a Malu. Ai meu Deus.
14) Como tem sido esse trabalho atual na série TAGEM? Fala um pouco sobre a personagem e essa nova experiência.
Cara, TAGEM foi uma experiência maravilhosa. Foi uma série super intensa, todo processo, porque a gente ficou numa outra cidade, todo mundo morando junto. Foi um momento muito legal e muito diferente que eu pude mergulhar com tudo na personagem, nos estudos. A personagem é Amanda, que é uma garota que trabalha na casa principal, na mansão, ela é empregada doméstica. Ela e a mãe viveram ali na casa desde pequenininha e ela está numa fase de querer já ter a vida própria dela, né? Ser independente, trabalhar, estudar e encontrar alguém. Ela não conheceu o pai dela e aí ela sempre teve o patrão ali como alicerce, como alguém que sempre protegeu ela e aí se vê trocando esse sentimento. Então, isso se torna algo muito importante na caminhada da Amanda e é nesse universo que ela transita na série, entre sentimentos novos e tão profundos pelo patrão e até onde ela pode ir.
15) Você tá assistindo Stranger Things? Porque a pergunta do momento é: que música te salvaria do Vecna?
Seria um Belchior - Velha Roupa Colorida.
Obrigada, Malu!
Vocês podem acompanhar a Malu pelas redes sociais, é @malufalangola.
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