Desculpe o transtorno, mas eu sou uma fã de romances com qualidade duvidosa

(Foto: Divulgação/Netflix)

Eu tenho um enorme defeito: sou apaixonada por romances de qualidade duvidosa. Claro que dos de boa qualidade também, além dos grandes clichês como Orgulho e Preconceito ou Romeu e Julieta, por exemplo. Mas, as histórias mais bo(m)binhas, previsíveis e carregadas de todos os clichês possíveis de uma vez só também me atraem. E, quando eu penso nessas histórias, o primeiro nome que me vem à cabeça é Nicholas Sparks.

Antes de prosseguir na minha ideia, quero dizer que esta não é um indicação ao autor ou coisas do tipo, visto que ele é acusado de homofobia, racismo e antissemitismo desde 2014. Inclusive, fica também a crítica de que seus livros são carregados de histórias sem representatividade alguma e isso, infelizmente, se refletiu também nos filmes.

As histórias de Nicholas Sparks sempre foram aquele clichê que segue uma mesma linha narrativa de: o casal vai se conhecer e ou será amor à primeira vista ou serão inimigos que se apaixonam, daí terá um grande drama, geralmente tem alguma morte ou acidente no meio do percurso, e termina com um final feliz. Sempre, pode prestar atenção. E, apesar da receita batida e quase falida, eu consigo me encantar e comprar, ao longo daqueles minutos de filme, as mesmas histórias.

E, por quê me veio à cabeça de mencionar isso hoje? Porque estava assistindo recentemente, pela milésima vez, o filme “A Escolha”, que é baseado no livro de mesmo nome. Eu adoro a produção, a energia enemies to lovers dos protagonistas, os doguinhos, o drama e tudo mais. Gosto tanto do filme que nem a peruca horrorosa da Maggie Grace me faz gostar menos – e olha que me incomoda bastante!

Daí, por curiosidade, resolvi pesquisar sobre o filme no Twitter e descobri que ele divide muito opiniões. Tem quem ame-o, assim como eu, e tem aqueles que acham um filme horrível, sem enredo e com atuações fraquíssimas. É bem possível que ele esteja mais próximo da segunda opção do que qualquer outra coisa, mas eu não consigo deixar de amá-lo.

Eu já o assisti tantas vezes que perdi as contas, incluindo-o no rol de filmes que já sei algumas frases decoradas – de tanto ver e de me identificar. A Gabby é uma chata assumida e eu me identifico 100% com isso. O elenco é composto por Teresa Palmer, de Meu Namorado é um Zumbi, como Gabby Holland e Benjamin Walker, de Abraham Lincoln: o Caçador de Vampiros, como Travis Parker, os protagonistas. Além deles, temos a Maggie Grace, como já mencionei, Tom Welling (Smalville), Alexandra Daddario (The White Lotus), entre outros.

Enfim, o resumo da ópera é que eu não me sinto capaz de dizer se o filme é bom ou ruim, talvez você tenha que assistir para tirar suas próprias conclusões. Contudo, a verdade é que tem obras que foram feitas apenas e unicamente para nos divertir, proporcionar momentos de pausa, deixar o coração quentinho e, às vezes, ainda plantar umas sementinhas de lição de moral com desejo por viver um romance de cinema.

Partindo para uma curta problematização, além de ser uma obra de Nicholas Sparks, com toda a bagagem de polêmicas que ele carrega, o filme também peca na falta de representatividade assim como outros nomes do autor, tal qual Diário de Uma Paixão, Querido John, O Melhor de Mim, Uma Longa Jornada, A Última Música e todos os demais. É sempre a mesma história. Um casal com classes distintas, mas geralmente sendo um rico e outro classe média, sempre brancos, que vão passar por algum drama/perda/acidente/provação ao longo do relacionamento e, por fim, conseguirão superar e vão terminar a história juntinhos.

No melhor estilo fã ou hater, termino dizendo que sim, às vezes eu peco gostando de filmes de qualidade duvidosa. Porém, até mesmo eu ainda tenho meus limites, como, por exemplo, não gosto, critico e jamais vou passar pano para produções como After e 365 Dias, que ultrapassam o nível de ser somente ruim e são problemáticas. Ainda sobra um pouquinho de reclamação para produções como A Barraca do Beijo, mas essa é puramente por entender que UM filme só era suficiente, não precisava de uma TRILOGIA. A história não vale tudo isso – e, sim, sem fugir do personagem, do primeiro filme eu gostei. Confesso.

Pois é, eu acato meu atestado de culpa e você? Qual seu defeito cinematográfico?


Até a semana que vem!

Onde assistir? Netflix
Beatriz de Alcântara
Beatriz de Alcântara

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