EM CARTAZ: Morte Morte Morte (2022)

(Imagem: Cena do filme Morte Morte Morte, 2022)


Finalmente o novo filme de terror da A24, Morte Morte Morte, chegou em solo brasileiro. Dirigido pela atriz, escritora e diretora holandesa Halina Reijin, e estrelado por Rachel Sennott, Amandla Stenberg, Lee Pace, Maria Bakalova e Pete Davidson, o slasher é uma sátira de terror da era digital, principalmente, da geração TikTok.

Saindo da premissa do “quem matou?”, Bodies Bodies Bodies, nome original do filme, pega carona no viagem de Bee (Bakalova) e Sophie (Stenberg), casal que vai passar um final de semana na casa de um amigo (Davidson) de longa data de Sophie. Bee é a forasteira da história, tímida e reclusa, precisa sair do mundinho dela para socializar com os amigos descolados da sua namorada. Logo ao chegar na casa, somos apresentados àquelas figuras que terão sua vida ceifada (ou não?). Com um leve mal estar aparente, as garotas se unem ao grupo, onde entre diretas e indiretas, elas adentram a noite buscando diversão.

A direção de Reijin é precisa ao usar em seu jogo de câmera, o que deve ou não ser mostrado. Sempre deixando uma ponta de alguém que não devia estar ali. Com inspiração em jogos de sucesso da atualidade tal qual, Lobisomem e Among Us, que na época dos millennials podia ser um detetive por exemplo, começa um jogo de assassino e vítima. Como de se esperar, uma hora isso dá errado e a primeira vítima é tirada de tela rapidamente, causando entre os participantes ainda vivos um frenesi.

Quem matou? Onde vocês estavam? Em meio a várias acusações e uma tempestade que vai isolar todo mundo, um efeito dominó é criado até o final do filme, onde nada é o que parece e várias surpresas te esperam até o final. Em meio aos assassinatos, o psicológico dos participantes é colocado em jogo e uma roupa suja é lavada. Esqueletos no armário são colocados em xeque, valendo de gritos e um bom texto gen z. É impossível não associar as reclamações dos personagens, com tweets que viralizam todos os dias de um círculo de jovens.

O humor ácido do roteiro da Sarah DeLappe é certeiro, e por mais que tenha demorado um pouco para me pegar, lá pela metade do filme eu já estava entregue. Para fãs de Pânico ou A Morte te Dá Parabéns, é uma escolha certeira que você não vai sair arrependido. As atuações estão ótimas, destaco principalmente a Rachel Sennott, que protagonizou o ótimo Shiva Baby e aqui tem as melhores cenas de surtos, conseguindo fazer maravilhosas com o roteiro que lhe é dado. Amandla Stenberg e Maria Bakalova se completam e se contrapõem de maneira estonteante, fazendo valer bem a divisão de protagonismo.

Nos últimos cinco minutos de filme, uma resolução incrível e inesperada finaliza de uma maneira original e atual essa pequena obra que eu não esperava gostar tanto.


Nota: 8,5/10


Adan Cavalcante
Adan Cavalcante

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