EM CARTAZ: Pantera Negra Wakanda Para Sempre (2022)

(Imagem: Divulgação/Marvel Studios)

Esperar um filme da Marvel se tornou uma tradição para muitos. Todo o planejamento para embarcar em suas aventuras, rever aqueles personagens que já fazem parte de nossas vidas, criar teorias, abraçar novos mundos, etc. Quando Pantera Negra chegou aos cinemas, ele se tornou de cara um dos queridinhos da crítica e do público, tendo indicações a prêmios e até ganhou alguns.

Todo o seu elenco conquistou o mundo, tendo seu protagonista alcançado o panteão de ídolo de muitos, seja o ator e o personagem. Em agosto de 2020, veio um baque para todos nós: Chadwick Boseman faleceu vítima de um câncer que ele lutava há anos. Foi uma perda dolorosa para todos que acompanhava o jovem ator, que estava em uma crescente em Hollywood, e inclusive, recebeu uma indicação póstuma ao Óscar pelo seu maravilhoso trabalho em ‘A Voz Suprema do Blues’.

Muitas dúvidas pairavam pelo ar diante da continuação do filme de 2018. A Marvel já havia batido o pé que nenhum ator iria tomar o lugar de T’Challa, que seria sempre do Boseman. Logicamente, um novo personagem tomaria o manto do herói. Diante de várias teorias de qual seria a condução do filme diante desse luto, e quem tomaria a posse da alcunha Pantera Negra, finalmente teremos a resposta agora com o lançamento de Wakanda Para Sempre.

Com uma duração de duas horas e 41 minutos, Pantera Negra: Wakanda Para Sempre é um filme diferente do habitual da Marvel. O filme trata sobre o luto, e como cada um lida com ele de formas diversas. Em sua manutenção, independente do tempo que é algo pessoal, o luto é apresentado de imediato ou a longo prazo. Ele afeta o agora ou você é totalmente mudado por ele, te transformando. Você pode fugir, mas no final ele vai te encontrar. Em todas as nuances, o diretor e roteirista Ryan Coogler lida de maneira sensível e humana.

Com um início sufocante, onde mesmo sem mostrar a gente já sabe o que vai acontecer, é mostrado como eles lidaram com a perda de Boseman, e assim, consecutivamente, com o Rei T’Challa. O medo, o desespero, a urgência, a dor. Ao perder seu irmão, Shuri (Letitia Wright), é colocado em cheque em toda sua relação com a vida. E é esse é um dos plots necessários do filme. Em uma homenagem emocionante, sem palavras, temos a mudança da já emblemática abertura da Marvel com suas cenas e heróis marcantes, aqui, apenas com a imagem estrelada pelo Chadwick Boseman, no mais profundo silêncio. Impossível os olhos não se encherem de lágrimas nesse momento.

Shuri entra em negação, se fechando em seu laboratório, preocupando a Rainha Mãe Ramonda (Angela Bassett). Em sua função de líder master da nação, ela se vai ter que unificar seu povo, defendê-los de invasores externos e ainda, lutar para não perder o que restou de sua família. Ao trazer essa junção de mãe e filha, a trama do filme ganha força ao engrandecer essas mulheres em seus papéis. As guerreiras Dora Milajes são o exército mais capacitado de Wakanda. As mentes mais inteligentes do filme são duas meninas negras.

(Imagem: Divulgação/Marvel Studios)

A apresentação do grande antagonista do filme, além das potências que buscam vibranium, é rápida e sem enrolação. O Namor (Tenoch Huerta) é certeiro e sem papas na língua. Ele diz para o que veio, como quer e o que quer, sem joguinhos. Inclusive, um ponto extremamente positivo é a escalação do ator de origem mexicana, com todo seu charme e talento entrega um personagem cheio de camadas que dá gosto de ver em tela. Independente de suas mudanças de sua origem com as HQs, aqui, nada é afetada. 

Todo desenrolar da história, de extração do material de desejo de todos, sendo restrito às duas nações (Wakanda e Talocan), levando elas a serem alvos de ataques é mostrado de modo bastante bem trabalhado e ainda assim, garante ótimos momentos de telas a essas apresentação. Os personagens de Talocan são de uma força sobre-humana, trazendo mais dificuldades a quem os enfrentam, e apenas os guerreiras de Wakanda buscam levar a luta até o fim.

O principal alvo de Namor é a novata Riri Williams (Dominique Thorne), uma garota genial, que cria um extrator de vibranium, que logo é usurpado pelo governo norte-americano. Para o Rei de Talocan, ela é a causa de todo distúrbio causado em suas terras (ou mares), e dá um ultimato à Rainha de Wakanda, pois para ele, tudo isso não teria acontecido se T’Challa não tivesse aberto a boca. Riri essa, que já tem série garantida no Disney+ para sua Ironheart, onde conheceremos melhor a personagem, que também enfrentou um luto e demonstro aqui em como isso lhe afetou.

A apresentação da história de Namor e o contraste das dores de Shuri, irão se fundir no terceiro ato, quando o grande embate acontecer. A partir desse momento, o manto do Pantera Negra irá ganhar força e a batalha final é grandiosa e belíssima de ver. O embate corpo a corpo e as tecnologias, tudo misturado ao misticismo dos povos marítimos engloba um novo universo apresentado em tela no MCU. Namor pode ser o antagonista aqui, mas não o vilão. Ele é um líder que faz o que faz pelo seu povo, mesmo que não seja o que muitos aprovem. Quando outra perda ocorre durante o filme, toda a raiva que foi acumulada é potencializada o que pode gerar um onda de violência futura sem tamanho.

Ao escolher seu caminho e finalizar a obra, novas surpresas chegam e conclui a obra do jeito que começou. Emocionante e dando a um personagem um novo sentido na sua vida. Pantera Negra Wakanda Para Sempre é comovente na medida certa, sem se prender a imagem da perda em todo seu filme. A dor está ali, mas ela é um sentimento e não o filme todo. Ao evidenciar em suas personagens femininas, a figura forte e astutas que elas são, o filme ganha obtém grandes resultados. O melhor da sua controversa Fase 4. 


Nota: 9/10
Adan Cavalcante
Adan Cavalcante

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