
A Walt Disney Company completará 100 anos somente em 2023, mas já vemos muitas divulgações celebrando o marco; e talvez por isso o lançamento da primeira animação com um protagonista abertamente gay tenha sido popularmente eleita como uma delas. Mundo Estranho chegou nos cinemas brasileiros no dia 24 de novembro fazendo pouco barulho e ocupando as notícias como a segunda menor bilheteria da história da companhia.
Em uma realidade pós-pandemia onde os maiores lançamentos estão surgindo exclusivamente nos streamings, há quem diga que a causa do fracasso teria sido apostar em uma janela cinematográfica. E há quem diga que o motivo é que realmente vivemos em um Mundo Estranho com certeza menos inclusivo do que o retratado no filme. Uma das razões disso é que o filme encerra o ciclo de Bob Chapek como CEO da Disney, e o tom LGBTQIAP+ no filme provavelmente não foi em vão: no início deste ano, Bob foi forçado a pedir desculpas publicamente aos funcionários da Pixar, que acusaram executivos da Disney de censurar cenas de afeto entre os personagens LGBTQIA+. Uma coincidência um tanto quanto irônica.
Além disso, outra polêmica que envolve o título é o fato de que a Disney optou por não distribuir o filme em mais de vinte países a fim de evitar a censura - o que foi considerado um boicote da própria companhia. Em defesa, a Walt Disney Company pronunciou que a decisão foi para evitar cortes e edições que afetariam a narrativa do filme.
Dirigido por Don Hall, nome ligado a sucessos como Operação Big Hero (2014) e Moana (2016), o filme conta com uma hora e 42 minutos de lições sobre relações familiares, preocupações ambientais e respeito à diversidade. Com referências clássicas que vão de Indiana Jones à literatura fantástica de Júlio Verne, o longa ainda trabalha a representatividade feminina quando nos apresenta às personagens fortes e determinadas – mesmo que ainda estejam ligadas à necessidade de proteção e à salvação da família.
Dirigido por Don Hall, nome ligado a sucessos como Operação Big Hero (2014) e Moana (2016), o filme conta com uma hora e 42 minutos de lições sobre relações familiares, preocupações ambientais e respeito à diversidade. Com referências clássicas que vão de Indiana Jones à literatura fantástica de Júlio Verne, o longa ainda trabalha a representatividade feminina quando nos apresenta às personagens fortes e determinadas – mesmo que ainda estejam ligadas à necessidade de proteção e à salvação da família.
Essas mulheres ainda acabam em segundo plano quando notamos que a base do filme é a relação entre a personificação do pai ausente e o filho que ganha o status de rebelde ao não seguir os passos do pai. Por todos esses pontos, a animação da Disney segue os passos de outras como Red: Crescer É Uma Fera, onde facilmente conquista as crianças com a fotografia e os personagens animados e atinge o público adulto com discussões sutis sobre temas complexos.
Logo no início, somos apresentados à família Clade: os exploradores protagonistas do longa. O pai Jaeger, um explorador reconhecido que busca encontrar o que há por trás das montanhas que isolam o lugar onde moram; e Searcher, o filho, mais aplicado em estudos e interesses botânicos. Ao longo de uma exploração, Searcher encontra uma planta com alto poder de energia e vê a salvação do vilarejo, causando o primeiro embate entre pai e filho. Jaeger, decidido em finalizar a expedição além das montanhas congeladas, segue sozinho em busca do desconhecido e nunca mais é visto.
Nesse primeiro momento do longa, vemos os sentimentos conflitantes que pairam na relação entre a família. Searcher não se importa com o que tem além das montanhas, mas nunca foi questionado sobre. Já Jaeger acredita que desbravar o mundo é o legado que ele precisa deixar para o filho. Eis que, passados 25 anos, vemos uma nova realidade onde Searcher parece ter encontrado seu próprio legado longe do pai, deixando para trás o passado de explorações.
Logo no início, somos apresentados à família Clade: os exploradores protagonistas do longa. O pai Jaeger, um explorador reconhecido que busca encontrar o que há por trás das montanhas que isolam o lugar onde moram; e Searcher, o filho, mais aplicado em estudos e interesses botânicos. Ao longo de uma exploração, Searcher encontra uma planta com alto poder de energia e vê a salvação do vilarejo, causando o primeiro embate entre pai e filho. Jaeger, decidido em finalizar a expedição além das montanhas congeladas, segue sozinho em busca do desconhecido e nunca mais é visto.
Nesse primeiro momento do longa, vemos os sentimentos conflitantes que pairam na relação entre a família. Searcher não se importa com o que tem além das montanhas, mas nunca foi questionado sobre. Já Jaeger acredita que desbravar o mundo é o legado que ele precisa deixar para o filho. Eis que, passados 25 anos, vemos uma nova realidade onde Searcher parece ter encontrado seu próprio legado longe do pai, deixando para trás o passado de explorações.
Avalonia agora é um novo lugar totalmente abastecido por energia elétrica graças à ele. Em meio aos flertes fofos entre Searcher e sua esposa Meridian que causam vergonha em Ethan, seu filho adolescente, somos introduzidos à nova família Clade - que ainda é alargada pela presença de um engraçado cachorro com três patas. Nesse ritmo rápido também conhecemos o crush de Ethan: o amigo Diazo, e a forma carinhosa que Searcher trata a relação do filho com ele. Mostrando que sim, a Disney vem deixando os tabus de lado ainda que a passos lentos.
O ponto alto da trama é quando a calma vida da família Clade é interrompida por Callisto, a líder destemida de Avalonia que, no passado, fazia parte da expedição de Jaeger junto à Searcher. Callisto informa à família que as plantas que Searcher encontrou há 25 anos e que fornecem a energia elétrica para o vilarejo, chamadas de pando, estão em perigo. Juntos, a família embarca em uma aventura cheia de descobertas e cenas de ação para salvar o lugar onde vivem. Ao tentar chegar ao núcleo de pando, eles vão parar em um submundo totalmente diferente da realidade em que vivem.
Sem dúvidas, Mundo Estranho é a animação mais original que a Disney já produziu em anos. Introduzindo criaturas completamente novas e ecossistemas criados do zero, o longa nos ensina sobre biologia e os limites da intervenção humana na natureza. Com uma qualidade visual impressionante e com cores fortes, a trama nos leva para um lugar extremamente bonito e ao mesmo tempo perigoso. A partir daí, as três diferentes gerações do clã Clade são um espelho sobre os três estados de espírito que podem abrigar o mesmo ser humano: o herói desbravador, o homem de família e o adolescente aventureiro. Com diferentes visões de mundo, os três trabalham em conjunto para salvar Avalonia e, também, a nova terra em que foram parar.
Não é novidade que a Disney, mais uma vez, conseguiu entregar uma ótima construção de mundo com personagens carismáticos. Por isso nos fica a dúvida, talvez nunca respondida, sobre o motivo dos baixos números da estreia. Como prega o enunciado do longa, “O mundo está mudado”... mas ainda não tanto quanto precisamos que esteja.
O ponto alto da trama é quando a calma vida da família Clade é interrompida por Callisto, a líder destemida de Avalonia que, no passado, fazia parte da expedição de Jaeger junto à Searcher. Callisto informa à família que as plantas que Searcher encontrou há 25 anos e que fornecem a energia elétrica para o vilarejo, chamadas de pando, estão em perigo. Juntos, a família embarca em uma aventura cheia de descobertas e cenas de ação para salvar o lugar onde vivem. Ao tentar chegar ao núcleo de pando, eles vão parar em um submundo totalmente diferente da realidade em que vivem.
Sem dúvidas, Mundo Estranho é a animação mais original que a Disney já produziu em anos. Introduzindo criaturas completamente novas e ecossistemas criados do zero, o longa nos ensina sobre biologia e os limites da intervenção humana na natureza. Com uma qualidade visual impressionante e com cores fortes, a trama nos leva para um lugar extremamente bonito e ao mesmo tempo perigoso. A partir daí, as três diferentes gerações do clã Clade são um espelho sobre os três estados de espírito que podem abrigar o mesmo ser humano: o herói desbravador, o homem de família e o adolescente aventureiro. Com diferentes visões de mundo, os três trabalham em conjunto para salvar Avalonia e, também, a nova terra em que foram parar.
Não é novidade que a Disney, mais uma vez, conseguiu entregar uma ótima construção de mundo com personagens carismáticos. Por isso nos fica a dúvida, talvez nunca respondida, sobre o motivo dos baixos números da estreia. Como prega o enunciado do longa, “O mundo está mudado”... mas ainda não tanto quanto precisamos que esteja.
Nota: 8/10
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