
(Imagem: Divulgação/HBO)
Com dois episódios lançados, chegou a hora de falarmos sobre as impressões iniciais de The Last of Us, uma das séries mais aguardadas do ano, principalmente por parte do público já fã da renomada franquia de jogos. A apreensão era grande, mas, até aqui, tudo parece estar indo da melhor maneira possível, agradando os mais puristas ao mesmo tempo que tem potencial para facilmente atrair um público novo.
É importante começar falando que The Last of Us é o meu jogo favorito. Com o histórico nada favorável de adaptações para esse tipo de mídia, seja em cinema ou TV, naturalmente, havia o receio de que se algo assim realmente daria certo. Ao mesmo tempo, se existia uma obra da qual essa transição poderia funcionar, era esta. O aspecto cinematográfico sempre esteve presente. Por grande parte da campanha, largamos o controle e apenas assistimos e nos conectamos com esse universo, principalmente na Parte II, lançada em 2020. E conexão é a palavra-chave em The Last of Us. A conexão do Joel com a Ellie é a alma de toda a história. Uma conexão tão forte que transborda e chega até o outro lado da tela, nos jogadores. Essa é a missão mais difícil da série, a de emular o mesmo tipo de sentimento, desta vez com a audiência.
A primeira boa notícia para os mais desconfiados foi que a HBO estaria responsável pelo projeto. Casa de diversos sucessos e conhecida por alto grau de qualidade, não existia opção melhor, principalmente quando a concorrência é famosa por não se dar muito bem com adaptações. Somado a isso, um dos criadores dos jogos, Neil Druckmann, assumiu o cargo de showrunner ao lado do Craig Mazin, que vinha de uma minissérie vencedora de múltiplos Emmys, Chernobyl (2019). Até mesmo o compositor Gustavo Santaolalla veio para rememorar a icônica trilha sonora. Na teoria, um grupo extremamente competente e conhecedor do material original.
Essa expectativa otimista foi transportada com sucesso para os dois primeiros episódios. Uma aula de como fazer uma boa adaptação, mantendo a essência do que deu certo nessa história e adicionando novos elementos para preencher e enriquecer ainda mais a experiência. A começar pelo prólogo, que tinha de ser emocionante. Nico Parker deu um show interpretando a Sarah, mesmo que brevemente. Em pouco menos de 30 minutos, acompanhamos a rotina da garota em um dia especial para ela, o aniversário do pai. Foi fácil nos apegarmos à personagem que poderia muito bem ser uma protagonista, mas é justamente essa sensação que faz funcionar tão bem o impacto de presenciarmos uma despedida abrupta.

(Imagem: Divulgação/HBO)
Com o rápido salto temporal, conhecemos um Joel (Pedro Pascal) quebrado. 20 anos depois do início do surto, ele está vivendo quase em modo automático. Faz o que tem de fazer para sobreviver, mas sem apego nenhum à vida, nem a dele, muito menos a dos outros. A vida que mais importava para ele já havia ido há muito tempo, ficando apenas memórias e a lembrança forçada por um relógio também quebrado. E nesse marasmo cotidiano, ele acaba se deparando com a Ellie (Bella Ramsey), tendo que levá-la em uma missão de suma importância. Essa é uma jornada dos dois, dependentes entre si, e por isso a química entre os atores seria imprescindível. Que sorte a nossa de termos duas pessoas de extremo talento dando vida à personagens que amamos, conseguindo em pouco tempo mostrar as personalidades excêntricas de cada um.
Outro destaque é a ambientação, que está perfeita. Fica ainda mais perceptível no segundo episódio, quando temos o contraste do mundo confinado, dentro da zona de quarentena, passando para o lado de fora, abandonado pelos humanos, mas retomado pela natureza. Os cenários tão bem preenchidos nos jogos, agora ganham vida, trazendo o medo originário da incerteza do que está à espreita. Essa parte de tensão é importante para essa primeira parte, em que ainda tentamos entender do que se tratam as ameaças nesse mundo distorcido.
É um ponto de partida promissor, com os criadores sabendo adicionar de maneira efetiva novas informações. No começo dos dois episódios somos apresentados à perspectivas distantes do foco central da história, mas que a complementam de forma magistral. Gera até uma expectativa para o que iremos aprender com o início dos próximos episódios. Junto a isso, a ligação dos protagonistas tende a se fortalecer, principalmente depois do trauma que, agora, vivenciaram juntos.
A HBO sabe que está em posse de uma obra riquíssima. Soube colocá-la em mãos competentes, capazes de transmiti-la da melhor forma possível para o público, transformando a gigantesca expectativa em uma aceitação quase unânime. Ainda vimos pouco, mas o suficiente para ansiarmos por cada domingo.
Outro destaque é a ambientação, que está perfeita. Fica ainda mais perceptível no segundo episódio, quando temos o contraste do mundo confinado, dentro da zona de quarentena, passando para o lado de fora, abandonado pelos humanos, mas retomado pela natureza. Os cenários tão bem preenchidos nos jogos, agora ganham vida, trazendo o medo originário da incerteza do que está à espreita. Essa parte de tensão é importante para essa primeira parte, em que ainda tentamos entender do que se tratam as ameaças nesse mundo distorcido.
É um ponto de partida promissor, com os criadores sabendo adicionar de maneira efetiva novas informações. No começo dos dois episódios somos apresentados à perspectivas distantes do foco central da história, mas que a complementam de forma magistral. Gera até uma expectativa para o que iremos aprender com o início dos próximos episódios. Junto a isso, a ligação dos protagonistas tende a se fortalecer, principalmente depois do trauma que, agora, vivenciaram juntos.
A HBO sabe que está em posse de uma obra riquíssima. Soube colocá-la em mãos competentes, capazes de transmiti-la da melhor forma possível para o público, transformando a gigantesca expectativa em uma aceitação quase unânime. Ainda vimos pouco, mas o suficiente para ansiarmos por cada domingo.
Onde assistir? HBO e HBO Max
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