EM CARTAZ: Operação Hunt (2023)

(Imagem: Divulgação/CanalTECH)

Operação Hunt estreou hoje nos cinemas brasileiros, mas já vem causando um burburinho nos críticos que já assistiram ao longa coreano. Como uma boa novidade do cinema de ação coreano, a trama se passa na Coreia do Sul, em 1980, e conta a história de dois agentes rivais que se tornam responsáveis por uma tarefa dificílima: descobrir um espião norte-coreano que está infiltrado na Agência Central de Inteligência da Coreia e que, além disso, está arquitetando um plano para assassinar o presidente sul-coreano. Apesar de carregar um roteiro épico, o filme é baseado em fatos reais e adapta um dos momentos mais tensos da história moderna – quando, em 1979, Park Chung-Lee (o então presidente da Coreia do Sul) foi alvejado na cabeça pelo chefe de sua segurança.

O filme conta com Lee Jung-Jae (astro de Round 6) no elenco e, além disso, também marca o início de sua carreira como diretor – mas nem sempre foi assim! Inicialmente Lee seria apenas o produtor do filme; mas ao oferecer o posto na direção para os 20 maiores cineastas da Coreia e receber negativas de todos eles, não teve outra escolha a não ser assumir a direção sozinho.

Além de nos fazer mergulhar no grandioso gênero da espionagem, o longa também nos leva a um contexto histórico repleto de desdobramentos políticos. Apresentando o relacionamento entre os dois agentes com profundidade e cuidado, o filme traz a abordagem política com uma fórmula de sucesso: não é preciso viver na Coreia para entender a tensão do conflito exposto no filme, onde a Coreia do Sul é governada por militares em uma ditadura violenta baseada em tortura. Essa abordagem possibilitou sua venda em 140 países.

A trama consegue manter o benefício da dúvida durante todas as 2h11m do filme; talvez uma duração longa demais que transforma o conflito em uma perseguição de gatos e ratos. Ainda assim, graças às câmeras que apresentam muito bem os combates e o frenesi das perseguições, ficamos presos à busca pelo infiltrado que parece cada vez mais perto de concretizar sua conspiração de assassinato. Com muitas cenas de tortura e violência muito bem coreografadas, o filme ainda nos mostra o outro lado da história, onde o Estado ainda preserva a selvageria com agressões físicas e psicológicas – uma observação que se aproxima muito da realidade que vivemos no século XXI.

Um filme tenso, cheio de ação e com cenas de tirar o fôlego até o último minuto, Operação Hunt promete ser uma boa surpresa para o início do ano. Podemos não saber quem é o espião, mas percebemos que não é preciso encontrá-lo para encontrarmos a maldade.

Nota: 9/10
Onde assistir? Cinemas

Ju Marques
Ju Marques

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