EM CARTAZ: A Morte do Demônio: A Ascensão (2023)

(Foto: Divulgação/ Warner Bros. Pictures)

Quando Sam Raimi fez o protótipo do que seria Evil Dead, em seu curta-metragem “Within the Woods”, de 1978, aposto que ele não imaginaria a grandeza que tudo se tornaria. Além de criar um dos personagens mais icônicos da história do cinema, o Ash (Bruce Campbell) e sua motosserra, a história foi além, virando série de TV, livros, jogos, HQ’s e vários produtos licenciados.

Mais de 40 anos depois, um novo capitulo da saga chega aos cinemas e, confesso, com receios meus, mas adianto que o filme entregou tudo o que deveria. Evil Dead Rise ou, como chegou às salas brasileiras, A Morte do Demônio: A Ascensão é o quinto capítulo que aborda o Necronomicon Ex Mortis, o Livro dos Mortos e todas as consequências trazidas por quem o invoca.

Aqui somos apresentados a já conhecida cabana e os jovens curtindo suas vidas normalmente. Enquanto Teresa (Mirabai Pease) lê seu livrinho aos pés de um lago, Caleb (Richard Crouchley) age como um moleque inconsequente. São apenas pessoas curtindo um fim de semana. Mas logo somos apresentados a Jessica (Anna-Maree Thomas), que aparentemente está muito doente. Logo, toda a calmaria é perturbada quando essa doença se mostra ser algo totalmente maligno e coloca um fim nesse fim de semana essa cabana. Mas isso é apenas o começo.

De forma inteligente, o filme volta um dia antes e coloca os verdadeiros protagonistas da película na cidade grande, cercado por prédios e tecnologias de gostos duvidosos. Saindo da já conhecida floresta, Evil Dead agora apresenta uma trama urbana. Com essa volta no tempo, somos apresentados as irmãs Beth (Lily Sullivan), uma técnica de som que se vê em um dilema. Ao retornar para visitar sua irmã Ellie (Alyssa Sutherland) e seus sobrinhos Bridget (Gabrielle Echols), Danny (Morgan Davies) e a pequena Kassie (Nell Fisher), é pega em um terremoto que abala as estruturas do prédio decadente que eles vivem.

Uma cratera abre no meio do estacionamento, onde não tendo nada melhor a se fazer como correr para se proteger de um possível outro terremoto, o Danny tem a brilhante ideia de entrar nesse buraco e encontra algo muito estranho: o nosso amado e temido Livro dos Mortos. Porém, é claro que merda pouca para merdeiro não é o bastante, então ele decide abrir o livro e colocar para tocar os discos que estavam no bunker da cratera. É com isso o mal é liberado e pega como vítima sua mãe. Achei interessante o artificio de a invocação já ter vindo gravada, pois quase ninguém sabe falar latim hoje em dia. 

Desse momento em diante (não que a cena inicial também não tenha entregado) o gore vai botar para lascar com tudo. São cenas que mostram o impacto dessa franquia e como ela se mantém vivíssima e respirando. Para quem acompanha a franquia desde seu início, é um deleite ver as homenagens feitas aos anteriores. A cena do elevador, quando a Ellie é possuída, é extremamente bem executada e o trabalho corporal da Alyssa eleva a cena a uma angústia maior.
 
(Foto: Divulgação/ Warner Bros. Pictures)

Aos poucos, o andar vai se tornando a própria porta do inferno e tanto Beth quanto seus sobrinhos, e o restante dos moradores, irão ter que lutar pelas suas vidas. Todos vão padecendo e retornando como Deadites. Devo dizer que meu forte nunca foi cenas com alto teor de violência e cheguei a fechar os olhos em diversos momentos, principalmente quando envolve olhos e, claro, a já bem falada cena do ralador. Para quem gosta é um prato cheio.

A direção e roteiro de Lee Cronin é muito competente, sabendo dosar bem todas as cenas e trabalhando o ambiente de maneira primordial. Optando por utilizar a fórmula que funciona dentro da saga, Cronin se mantém fiel ao gênero sem precisar “inovar” de maneira equivocada, como já aconteceu em outras franquias que foram resgatadas. Utilizando o que já é de habitual para os fãs e conseguindo captar novos com um filme sem nenhuma correlação com os anteriores, ele atinge de maneira precisa o ponto principal.

O elenco conseguiu manter seus personagens e, devo dizer que, a Ellie já entrou para o hall das melhores. A atriz Alyssa Sutherland deu um show de atuação, tanto com o corpo quanto com a voz, além de saber dosar o terror e o humor. A Lily Sullivan e sua Beth, como final girl, agregou sarcasmo e drama a uma personagem que precisa se manter forte dentro de suas limitações. Por fim, A Ascensão traz elementos familiares que, sem clichês, fortalece o laço fraterno como motivação – até certo ponto, claro.

A Morte do Demônio: A Ascensão se junta a Pânico 6 na lista de melhores exemplares de terror sangrento em 2023, pelo menos até o momento. Ambos souberam trazer novidades para suas respectivas franquias sem se perder, mantendo o que tanto os fãs apreciam. Vale lembrar que o filme é produzido pelo maravilhoso Sam Raimi, criador de todo o universo, e, inicialmente, o filme iria direto para o streaming, o que mudou quando tiveram suas primeiras exibições. Bom, o resto é história.

Nota: 9/10

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Adan Cavalcante
Adan Cavalcante

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