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Tão familiar que a sua partida machuca mesmo quando achei que estava me preparando pra essa despedida em algum momento. Mas, como a gente se despede do que é eterno? Porque Rita Lee pra mim é isso, dentre tantas outras coisas. É a eternidade vestida de roupas extravagantes, coloridas, com sua guitarra e seus cabelos vermelhos embranquecidos.
Em tempos tão conservadores, a existência de Rita era um lembrete constante de que nós podemos ser mais. De que posso ser mais livre, irreverente, contagiante, corajosa, desbocada, irônica, forte e tantas outras qualidades que talvez nem existam palavras para expressar sua grandiosidade.
E, mesmo sem conhecer um mundo sem Rita, que bom ter dividido esse mesmo planeta com ela. Nunca fui num show, nem a conheci pessoalmente, mas isso não a torna menos especial, porque tudo que ela foi, é e representa sempre ultrapassou as barreiras físicas que houvessem.
A partida de Rita me diz, novamente, que ainda não compreendo bem a morte – e talvez nunca o faça. É sempre muito bizarro imaginar que uma pessoa estava aqui até pouco tempo e depois simplesmente para de existir. Parece errado dizer em voz alta que Rita Lee morreu, porque ela não tem como ir embora. Quer dizer, eu espero, de todo coração, que sua alma encontre luz e paz em qualquer lugar que haja depois que morremos, mas não há como negar que pessoas como Rita Lee não têm como irem embora.
Os grandes heróis não deixam de existir.
As grandes almas não, simplesmente, desaparecem.
E Rita Lee, meus caros, ela é gigante.
Uma verdadeira inspiração de mulher, artista, ativista, de rockeira... De ser humano! Ela era gente. De carne e osso. Gente que erra e que não tenta negar isso. Que nunca foi um bom exemplo, porque nunca tentou ser, e numa dessas se tornou o exemplo “perfeito”.
Eu não conheço o mundo sem Rita Lee, mas posso afirmar que desde ontem ele está um pouco mais triste, opaco e careta. O que perdemos é insubstituível, contudo, que bom que existe o tal do legado. Que bom que Rita foi arte e a arte não morre. Nunca. Pro restante, que a gente aprenda a conviver com a tristeza de ver os ídolos partirem.
À Rita, meu muito obrigada por ter sido uma ovelha-negra, um caso sério, por me ensinar sua reza, meio bruxa e meio mística, cercada de amor e sexo, e do seu doce vampiro. Por inspirar, por ensinar, por esse tal de roque enrow. Por não ser lixo, nem talvez luxo, mas por marcar a minha, a sua e as nossas vidas. Por ser imortal, pois de certo, dos amores e amigos, dela nos lembraremos mais.
Afinal, Rita, agora (só) falta você.
E que falta!

Rita Lee: uma autobiografia.
favoRITA.
Um livro de memórias, fotos raras, textos autorais exclusivos e muito mais de imersão no mundinho que era a cabeça e a vida de Rita Lee. Ficou interessado no livro? Você encontra ele aqui.
Rita Lee: Outra autobiografia.
Este é um retrato de tudo que Rita viveu depois de 2016, depois da aposentadoria dos palcos, depois de achar que nada mais poderia acontecer na sua vida. É seu último lançamento ainda em vida, o que torna tudo ainda mais especial. Ficou interessado no livro? Você encontra ele aqui.
Daisy Jones & The Six – livro e série, sim.
Brincadeiras à parte, a leitura e a experiência da série Daisy Jones & The Six é também um recorte do lado rock n' roll de Rita Lee Jones, que vai ser sempre a inspiração extraoficial de Taylor Jenkins Reid. Se quiser comprar o livro, clica aqui. A série tá disponível no Prime Video.
Até a próxima!
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