ATERRORIZADAN: o legado de O Exorcista como o maior filme de terror de todos os tempos

(Foto: Cena do filme "O Exorcista", de 1973)

Existem aqueles filmes que você olha e pensa: essa obra nunca deve ser mexida, s com continuação, spin-off, reboots e remakes. A obra por si só se completa e se vende pelo tempo que for. Obras assim tendem a serem únicas em seus segmentos. Criadoras de movimento e, simplesmente, com tanto impacto cultural que acaba causando rejeição em qualquer coisa que ouse imitá-la ou tente alterá-la. Assim enxergo a obra de 1973, O Exorcista, dirigida pelo William Friedkin adaptando a obra do William Peter Blatty, que assinou o roteiro também.

A história da garota de apenas 12 anos, Regan MacNeil (Linda Blair), que é possuída por um demônio, assombrou e assombra ainda muita gente. A sua história é baseada em uma história real, onde um garoto de 14 anos chamado de Roland Doe (pseudônimo usado para proteger sua identidade) passou por sessões de exorcismos na década de 40. Tal qual a história real, a entidade foi invocada por um tabuleiro ouija, e quem viveu nas décadas seguintes sabe o quanto esse objeto viveu no imaginário popular, amedrontado gerações.

O filme se tornou um dos mais lucrativos no ambiente de terror, se tornando referência quando se trata das mais assustadoras e um marco na cultura pop. A mitologia criada ao redor também ajudou na disseminação de sua história, com o título de “obra amaldiçoada” e diante de todos os infortúnios que ocorreu em sua produção, de acidentes e mortes. Um total de nove pessoas ligados a produção faleceram, incluindo 2 integrantes do elenco.

Mesmo 50 anos depois, é impossível não se arrepiar com tudo o que é travado em tela, nessa eterna luta entre o bem o mal guerreando pela alma de uma inocente. Logo em seu início, quando conhecemos o personagem título, o Padre Merrin (Max von Sydow) já mostra que essa batalha começou bem antes da Regan. Indo em direção da nossa pequena encapetada, somos apresentados a sua mãe, Chris MacNeil (Ellen Burstyn), uma atriz que ao ver sua filha doente e sem saber como lidar, diante tantas negativas médicas, procura a ajuda do Padre Karras (Jason Miller), que tem sua fé testada diante desse acontecimento.

(Foto: Cena do filme "O Exorcista", de 1973)

Com efeitos técnicos práticos de primeira, que coloca esse filme entre um dos “vocês deveriam aprender com ele”, desde a famosa cena da sopa até aos movimentos dado a Regan virando sua cabeça 360 graus ou descendo a escada de cabeça para baixo, até a sonoplastia utilizada do filme. Diante de tantas qualidades técnicas, não era de se esperar que logo ele ficasse na mira do Oscar, indicado a 10 prêmios da Academia e, injustamente, saindo apenas com dois. Algo que mostra que esse preconceito com o terror não é recente, mas percorre décadas. Para se ter uma noção, O Exorcista foi o primeiro filme realmente de terror a ter sido indicado ao prêmio de Melhor Filme de 1974, isso em seu 46º ano e sendo o único até hoje.

Desde então, o filme ganhou quatro sequências e uma série de TV, além de ganhar paródias. Nenhum deles conseguiu chegar aos pés do original. A sequência direta, lançada em 1977 e sub intitulada de “O Herege”, é uma bomba atômica, com cenas ridículas e um plot que a pessoa se pergunta “quem deixou isso sair do papel?”.

Com a intenção de lucrar em cima do clássico, seguindo os passos de Halloween (2018), que trouxe os personagens da franquia original de volta e conseguiu uma trilogia, revitalizando a saga para a nova geração, a Universal vai trazer uma continuação direta do clássico de 1973 também.

Intitulado “The Exorcist: Believer”, o primeiro filme de uma trilogia deve chegar em outubro deste ano aos cinemas, trazendo alguns personagens do original. Uma exibição teste já foi realizada e não foi aceita pelo público. Dirigido pelo David Gordon Green, o mesmo de Halloween Ends (que foi bastante criticado), ele tem uma produção bastante polêmica em suas mãos. Resta saber se o investimento de 400 milhões vai garantir sucesso e, principalmente, qualidade.

No mais, quem quiser assistir a obra original, que para mim é um dos melhores filmes já realizados, pode acessar a HBO Max, Prime Video e no Darkflix.

Adan Cavalcante
Adan Cavalcante

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