EM CARTAZ: Homem-Aranha: Através do Aranhaverso


(Foto: Divulgação/ Sony Pictures)

Quando a Sony trouxe Homem-Aranha no Aranhaverso, em 2018, eu não imaginava a incrível experiência que teria no cinema. Entrei querendo apenas um bom filme do meu herói favorito, e sai com um dos melhores filmes daquele ano. O tempo foi extremamente sábio, laureado com vários prêmios, inclusive o Oscar de Melhor Animação de 2019.

Evidentemente, já era de se esperar que uma franquia tivesse brotado com aquele estrondoso sucesso. Cinco anos depois, cá estamos nós com a sequência ‘Homem-Aranha: Através do Aranhaverso’, abrindo muito mais as portas do que já foi feito no primeiro. Acompanhamos o nosso protagonista Miles Morales (Shameik Moore), que se encontra mais maduro e com mais problemas rolando em casa. Aqui temos uma divisão bem interessante de protagonismo com a Gwen Stacy (Hailee Steinfeld), ou Spider-Gwen, que na Terra-65 anda passando por alguns B.O.s quando se trata de sua identidade e a relação com o pai.

Quando menos se espera, a vida da Gwen é mais uma vez virada de cabeça para baixo, quando uma equipe de seres aranhas a ajudam a lidar com um vilão em sua terra, convidando ela para participar de um time formado por personagens aranhas do multiverso. Essa equipe busca controlar anomalias e mandar para seu espaço-tempo-universo. Quando a nossa Spider-Gwen dá um pulinho para visitar o Miles, que também está passando por várias inconstâncias com sua família, eles são transportados para uma aventura bem maior que a anterior.

Sem grandes spoilers sobre a trama, somos apresentados a velhos e novos nomes que darão um grande tom para o filme, assim como várias participações especiais de todos os universos que já conhecemos anteriormente do Aranhaverso, animado ou não. É de fazer qualquer fã do cabeça de teia se emocionar no cinema.


(Foto: Divulgação/Sony Pictures)

Em 'Através do Aranhaverso' temos um passo sendo elevado, fazendo com que o filme seja, além de uma ligação com a terceira parte da franquia, um gancho mitológico consistente com tudo o que vem sendo trabalhado em questão de multiverso. Todo o conteúdo que é trazido (as referências, os personagens, com respeito a suas linhas temporais e suas histórias) faz com que a saga estrelada por Miles se mantenha como uma das melhores quando se trata desse assunto.

Com um Multiverso tão grande, era de se esperar que as coisas ficassem perdidas, soltas, uma loucura sem precedentes. Mas isso não ocorre aqui. Como foi prometido, as coisas foram duplicadas e o tema multiverso é abordado em sua mais perfeita condição. Algo que deixaria os Daniel’s de ‘Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo’, orgulhosos. A direção aqui é de Joaquim dos Santos, que trabalhou nos melhores episódios de Liga da Justiça Sem Limites e de Avatar: A Lenda de Korra, em conjunto do Kemp Powers (um dos roteiristas de Soul) e do Justin K. Thompson, é tão competente e brilhante que beira a perfeição.

Em sua parte II, toda a construção psicológica do herói cria vilão, a sua vida pessoal sendo afetada com sua segunda vida em que ele teme em se mostrar, seja por segurança de seus entes queridos ou até por ser apenas um rapaz de 15 anos que não sabe muito abordar suas inseguranças. A caminhada do herói que é feita com o jovem Morales é algo orgânico, que seja para os fãs que acompanham seu personagem desde seu lançamento na década passada, ou para a sua construção como personagem cultural para os que estão conhecendo mais agora. Miles Morales é único, é especial.

Ao abordar essas dualidades, a direção foi bem perspicaz em saber lidar com o jogo de cena e cores, nas abordagens direcionadas ali, desde Miles ser um jovem negro de ascendência latina, as divergências culturais de seus pais com as deles, as de seu relacionamento com a Gwen, e principalmente quando se trata da relação de lidar com questões maiores, quando se direciona a seu embate filosófico com o Miguel O’Hara (Oscar Isaac), o Homem-Aranha 2099, líder dessa iniciativa Aranha que em sua existência agridoce, enxerga as coisas apenas com apenas um direcionamento.

Mesmo sendo um filme que não tem um final momentâneo, já que é dividido em dois, 'Através do Aranhaverso' consegue fechar alguns ciclos e montar um terreno que explodirá tudo em seu terceiro filme, que deve estrear em 2024. Com um final eletrizante, colocando nossos heróis em novas perspectivas nunca antes vistas. Miles Morales caminhando assim para cravar seu nome na indústria pop.

Nota: 10/10

Adan Cavalcante
Adan Cavalcante

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