(Foto: Prime Video/Divulgação)
Era dia quando o quase-sem-identidade Ubaldo Vaqueiro descobriu que não seria na venda do terreno ultra endividado de sua família que encontraria salvação. É que o buraco era mais embaixo e o destino inevitável, impreterível e, felizmente, à prova de balas. Só por isso Cangaço Novo está entre nós, tal qual o destino que cerca Ubaldo, eu e você.
Gravada em dez cidades paraibanas e em outras do Rio Grande do Norte, a produção da Prime Video não poupou investimentos em tudo. A série, que chega à plataforma como uma das mais caras já produzidas no país, é sublime no que tange à produção, provando de maneira justa que o que se faz no Brasil possui tanta qualidade (ou mais) que as criações importadas que consumimos. Com incalculáveis, mas bem posicionadas, porções de ação e drama, Cangaço Novo cativa o público além do aspecto narrativo. Ali, todas as cenas são meticulosamente pensadas para entregar ao espectador algo maior; uma experiência completa.
Para que tal resultado fosse obtido, no entanto, a afinação do elenco foi prioridade para o diretor Fábio Mendonça. Com essa missão, a preparadora de elenco Fátima Toledo entrou na história dos irmãos Vaqueiro, que substituíram as máscaras de seus intérpretes. O resultado não poderia ser melhor. Fátima, responsável pelo elenco de Pixote, a Lei do Mais Fraco e Cidade de Deus, fez o que de melhor sabe fazer: pariu os Vaqueiro, de dentro para fora, só que ao contrário e com o corpo emprestado de, sobretudo, Allan Souza Lima, Alice Carvalho e Thainá Duarte.
Resultado dos encontros que o destino traçou, Cangaço Novo chega voraz e cheia de força para traduzir o que há de mais cru na humanidade: a soberania do desejo de (sobre)viver. A obra (acrescento, aqui, sem prejuízo de consciência, a palavra “prima”) já está disponível para ser maratonada no Prime Video. E, se me permite um conselho, por favor, maratone!
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