(Imagem: Reprodução/Paris Filmes)
A violência urbana, infelizmente, é algo recorrente e bastante presente no cotidiano dos brasileiros. É difícil conhecer alguém que nunca tenha sido assaltado, por exemplo. Um dos vários motivos para que essa realidade não mude é o fácil acesso às armas de fogo para pessoas que não têm autorização de portar uma ou não deveriam ter a condição para tal. Indo desde a raiz do problema, no contrabando e passando pelo comércio ilegal e paralelo que desencadeiam uma série de eventos difíceis de interromper. Esse é o principal tema abordado em Tempos de Barbárie – Ato I: Terapia de Vingança, filme que o Clubinho teve a oportunidade de assistir na pré-estreia organizada dentro do principal evento de cultura pop no Nordeste, o Imagineland.
Acompanhamos a história de Carla (Cláudia Abreu), uma advogada e mãe que, durante uma tentativa de assalto no meio da cidade, presencia a filha sendo atingida por tiros, deixando-a em estado grave. Começa então uma busca por justiça, seja por meios legais ou pelas próprias mãos. Ela ainda tenta passar por tudo isso participando de uma terapia coletiva, em que os participantes também foram vítimas de violência. Entretanto, esses encontros podem inflamar ainda mais a sede de vingança da protagonista.
A direção é do Marcos Bernstein, que é mais conhecido por assinar o roteiro de Central do Brasil (1998), um dos filmes mais aclamados do cinema nacional. Aqui, como diretor, ele procura dar bastante foco nos personagens e nas emoções deles, casando bem com a proposta da história, centrada nas decisões passionais que eles tomam. O tom escuro da fotografia ajuda a entrar no clima sombrio que vai aumentando com o passar do tempo. O longa ainda conta com boas participações de Júlia Lemmertz e Alexandre Borges no elenco de apoio.
Já começamos a acompanhar os acontecimentos da trama no meio da ação e, a partir disso, vamos nos encontrando no emaranhado de memórias da Carla. O vai e vem na linha temporal, junto com os cortes abruptos que são retomados apenas alguns momentos depois, deixam o assistir cansativo e, em certos momentos, confusos. A relevância do debate proposto sobre quem é o verdadeiro culpado da violência que presenciamos, esvai-se à medida em que o desenrolar das ações da protagonista se tornam apressadas, deixando um gosto amargo no fim das contas. Resta saber se isso é por conta do assunto difícil ou da experiência que não foi completamente satisfatória.
Nota: 5/10
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