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(Foto: Richard Corman) |
Quando Nicki Minaj escreveu esse trecho em sua participação na música I Don’t Give A, do álbum MDNA de Madonna, ela afirmou algo que é um fato. Não tem como falarmos de música pop sem mencionar a artista feminina que moldou todo um gênero com suas músicas, turnês e videoclipes. E na última quarta-feira, dia 16 de agosto, ela completou 65 anos de idade, esbanjando jovialidade — afinal de contas, vocês já viram essa mulher no palco? — e uma longa história dentro da cultura pop. Aliás, vocês conhecem a história de Madonna Louise Veronica Ciccone?
Lá em 16 de agosto de 1958, nascia em Bay City, Michigan, uma menininha chamada Madonna Louise Ciccone (sim, sem o Veronica, porque este sobrenome só foi adicionado anos depois). Ela nasceu em uma família constituída pelos seus pais e dois irmãos, e, desde novinha, Madonna já gostava de chamar a atenção, principalmente quando dançava para os familiares. Porém, aos cinco anos de idade, ela passou por um dos momentos mais tristes de sua vida: a mãe, também chamada Madonna, faleceu após uma batalha contra o câncer. Este acontecimento mudou totalmente a perspectiva de vida da cantora, que passou a adotar um comportamento com um toquinho de rebeldia, principalmente por não ter uma relação tão boa com o pai.
Após conhecer o cenário artístico dos Estados Unidos, Madonna começou a se interessar mais pela música e dança. Em 1977, aos 19 anos, decidiu ir para Nova York com nada mais que 37 dólares no bolso e a roupa do corpo, para tentar a vida na cidade e alcançar o sonho de viver pela arte. Até 1981, data em que ela assinou com a gravadora Sire Records, subsidiária da Warner Music, Madonna fez de tudo: foi garçonete, modelo de nu artístico, participou de duas bandas e dormiu em sofás de amigos. Durante este tempo, ela gravou algumas demos para tocar em clubes estadunidenses, tornando-se uma pequena sensação entre o público desse cenário. O contrato com a Warner Music surgiu após um amigo apresentar uma demo de Everybody, música que entraria para o primeiro álbum da artista em 1983, e o dono da gravadora ter amado o que ouviu. E, assim, uma carreira de 40 anos (e ainda contando) começou, com várias quebras de recordes que elegeu Madonna como parte da realeza do pop, junto com Michael Jackson (considerado o Rei do Pop, também aniversariante de agosto) e, tempos depois, Britney Spears (escolhida como a Princesa do Pop).
Com o aniversário de 65 anos de Madonna, e como sou um amante da carreira dessa lenda da música, achei que não teria momento melhor para compartilhar com vocês uma playlist especial, feita exclusivamente para este artigo. E como tenho vocês, leitores, como meus amigos pessoais sobre questões envolvendo música e cultura pop, pensei aqui em acrescentar algumas opiniões, em que vocês podem ouvir a playlist durante a leitura, que tal?
O tema da playlist é "um single para cada era", em que separo uma música que a Madonna trabalhou em cada álbum e apresento como um destaque na carreira. Ah, e a escolha reflete o meu gosto pessoal, então tenham isto em mente caso queiram opinar sobre uma ou outra que, casualmente, não entrem na seleção, tá? rs Segue o fio e espero que gostem!
Borderline, de Madonna (1983)
O primeiro álbum de Madonna é o próprio suco dos anos 80. Temos músicas com bastante sintetizadores, bem animadas e com letras mesclando romantismo e um toque de sensualidade. Borderline, quinto single do material, é um dos favoritos de grande parte dos fãs, e não é diferente comigo. A energia alta, os ganchos que grudam na cabeça e a voz um pouco agressiva já mostram parte da identidade que veríamos na artista em toda a carreira. Esta música alcançou a 10ª posição na parada de singles americana, ilustrando o sucesso do projeto. keep pushin’, my love!
Like a Virgin, de Like a Virgin (1984)
Esta é um clássico da música pop. Acho que até os que desconhecem a discografia de Madonna, com certeza já devem ter escutado por aí. Like a Virgin é um divisor de águas em sua carreira, com uma letra provocativa ligando a perda da virgindade com a emoção de se apaixonar. Foi a primeira música da Madonna a alcançar a primeira posição na principal parada de singles estadunidense, consolidando o seu nome entre os maiorais da época. Can't you hear my heart beat for the very first time?
La Isla Bonita, de True Blue (1986)
Madonna e música latina: uma combinação que merecia mais atenção. Em La Isla Bonita, último single lançado do True Blue, a artista fala de um sonho acordado em San Pedro, uma possível ilha localizada na América Latina. Digo “possível” porque, como a própria Madonna diz, ela nunca visitou o local, sendo apenas um local apropriado para a atmosfera da música. Esta foi a primeira música da Madonna que ouvi na vida, graças àqueles DVDs Flashbacks de camelô. Uma curiosidade, que muitas pessoas não sabem, é que La Isla Bonita foi oferecida primeiramente para o Michael Jackson, que a recusou enquanto produzia seu álbum Bad. A revista Rolling Stone soltou essa fofoca, complementando que Madonna teria conhecimento dela a partir de um dos produtores do álbum de Michael, Patrick Leonard, e que ela teria modificado a letra e melodia junto a Leonard e um outro produtor do True Blue. Amo essas fofocas do pop! Ring through my ears and sting my eyes, your Spanish lullaby.
Oh Father, de Like a Prayer (1989)
Vamos chorar um pouquinho? O Like a Prayer é um dos álbuns mais importantes da cultura pop, em que os críticos o apontaram como o mais próximo de um conceito artístico que Madonna já tinha chegado até então. Todas as músicas que integraram o material foram compostas por ela, então, já é de se imaginar que grande parte refletiria questões pessoais de sua vida. Em Oh Father, uma das melhores baladas da carreira em minha opinião, a artista fala sobre o relacionamento complicado que ela teve com o pai, principalmente após a morte da mãe da artista. A carga dramática e pesada mostra um outro lado de Madonna, que segue um perfil mais sombrio e sentimental, pouco mostrado até então. You didn't mean to be cruel… Somebody hurt you too.
Deeper and Deeper, de Erotica (1992)
Vocês conhecem a Dita? Mistress Dita foi o nome que Madonna deu ao seu alter-ego durante a era mais sensual da carreira dela, Erotica. Ela é uma mulher forte, com o lado sexual bem aflorado e nada tímida. Eu amo esse álbum, e Deeper and Deeper é, com certeza, uma faixa de destaque entre os singles da artista. Unindo duplo sentido com ensinamentos dados pelo papai e mamãe — desculpem o "trocadilho" aqui —, somos transportados para o cenário pop dos anos 90, que misturava Techno com Deep House e Disco. Deeper and deeper and deeper and deeper.
Secret, de Bedtime Stories (1994)
Eu tenho que ser sincero com vocês: esse álbum ainda não caiu no meu gosto. Eu até o escuto algumas vezes, mas ele não se encaixa comigo como tantos outros da Madonna. Porém, uma ou outra música ainda me agrada bastante, e uma delas é Secret, primeiro single do material. É uma faixa melancólica, suave, com uma letra mencionando um namorado que, possivelmente, estaria guardando algum segredo dela. Ela pede para que ele conte este segredo, lembrando Confide in Me, single de Kylie Minogue lançado no mesmo ano de Secret. A voz dela, acompanhada do violão, é muito gostosa, e eu amo a versão single, que encerra no momento certo e tem a duração reduzida. My baby's got a secret.
Frozen, de Ray of Light (1998)
Chegamos ao meu álbum preferido. O Ray of Light foi um dos materiais definidores para todos os artistas que saíram do pop para o indie em algum momento da carreira, como a Taylor Swift com o Folklore. Nele, a rainha do pop decidiu imergir na espiritualidade, temática que estava bastante presente na vida dela na época, apostando em uma sonoridade experimental e letras mais místicas. O álbum por si só foi um sucesso de vendas e premiações, ganhando quatro Grammys em 1999. Frozen, primeiro single deste material, abre o trabalho como um bom resumo do que poderíamos encontrar no lançamento: letra profunda, sonoridade lenta e sentimental, energia espiritual forte e imponente. Este é um dos meus singles preferidos da carreira, sem dúvidas. You're frozen, when your heart's not open.
Don’t Tell Me, de Music (2000)
Ihaaaa! Music foi a era em que Madonna apostou no Country Music. Muito antes de Joanne, de Lady Gaga, e Younger Now, de Miley Cyrus, a rainha do pop já trazia o violão, o chapéu de cowboy e a fivela do cinto bem marcada no imaginário popular deste segmento. Mesmo com algumas fugindo um pouco dessa estética, em que ela apostou numa sonoridade mais eletrônica e cheia de autotune na voz, o que marcou mesmo o material foi a influência forte do country na divulgação, como em Don’t Tell Me. Gostosinha de ouvir, dá até para fazer uns passinhos aqui e ali, como se estivéssemos numa festa de rodeio. Claro que o pop também está presente, e a mistura dá certo, surpreendendo a muitos. Pega o chapéu de cowboy e vem comigo nessa. Please don't tell me to stop.
Nothing Fails, de American Life (2003)
Aqui eu sei que algumas pessoas vão discordar da minha escolha. Em 2003, Madonna lançou outro álbum bem polêmico, American Life. Nele, ela falou sobre questões políticas e sociais, o que acabou desagradando parte do público norte-americano. 20 anos depois, ouvindo novamente o projeto, temos a noção da importância dele, tanto para a discografia quanto para a discussão dessas pautas. Os dois primeiros singles não conseguiram sucesso comercial, já que falavam diretamente do governo estadunidense, a aspiração ao sonho americano de vida e a falsa glamourização do mundo artístico em Hollywood. Nothing Fails, terceiro single do American Life, foi a faixa escolhida para mudar um pouco essa visão do público, mas falhou em entrar na principal parada de singles daquele país. Mesmo assim, esta faixa é maravilhosa. Tem uma mensagem forte, romântica e linda. A adição do coral no final tornou a experiência de ouví-la bem mais perfeita. Nothing fails, you washed away my tears.
Sorry, de Confessions on a Dance Floor (2005)
Madonna de volta ao sucesso comercial! Não é segredo para ninguém que Confessions on a Dance Floor revolucionou a música pop naquela década, trazendo o gênero Disco de volta ao holofote. Sorry, segundo single do projeto, continuou este caminho iniciado pela perfeita Hung Up, que também poderia ter sido a escolhida para essa playlist. Porém, não tem como mentir: Sorry é uma obra-prima da discografia, com suas múltiplas traduções de 'desculpas' na letra e repetições que grudam na cabeça. É impossível não se apaixonar pelo ritmo dançante desta. I've heard it all before, I've heard it all before.
Give It 2 Me, de Hard Candy (2008)
Hard Candy não é o álbum preferido de muitos fãs. Eu até entendo o motivo, já que a sonoridade é ultrapassada aos ouvidos de hoje, e super cansativa em 90% do projeto. Give it 2 Me é uma das poucas que ainda escuto atualmente, em grande parte por me fazer voltar no tempo e escutá-la em tudo quanto era lugar entre 2008 e 2009. Marcou uma parte da minha vida, mesmo que pequena, então não podemos ignorar totalmente. Dá até para desfilar em casa. Não é assim tão mau, vai. I can go on and on and on.
Masterpiece, de MDNA (2012)
Um dos projetos mais comerciais de Madonna, o MDNA tem seus pontos fortes e fracos. A sonoridade, assim como ouvimos em Hard Candy, é bem característica do seu período de lançamento, e está tudo bem. Porém, podemos falar da obra-prima — trocadilho intencional, aqui — que é Masterpiece? Lançada como single apenas em alguns mercados, esta faixa serviu, também, como trilha sonora para o filme que a rainha do pop estava dirigindo na época. É melódica, suave, gostosa, sentimental, romântica, perfeita… Eu poderia continuar enchendo de adjetivos aqui, mas prefiro que vocês ouçam e entendam por si só. É uma das melhores de toda a carreira de Madonna, em minha opinião. 'Cause, after all, nothing's indestructible.
Ghosttown, de Rebel Heart (2015)
Eu gosto deste álbum. Sendo o 13º da carreira, acho que o Rebel Heart traz uma continuação boa e importante do trabalho de Madonna, mesclando a rebeldia, o pop gostosinho e algumas influências de reggae, hip hop e outros gêneros. É um pouco mais do mesmo? É, sim. Mas, na minha opinião, ele não chega a ser obsoleto e cansativo como outros. Ghosttown, segundo single dele, é um exemplo de música gostosa, uma balada meio sombria e romântica, e que parece refletir algo pessoal da artista. Inclusive, acho que merecia mais atenção, tanto dela quanto dos fãs. Gostaria de vê-lo na setlist da The Celebration Tour, próxima turnê dela. We'll be two souls in a ghost town.
I Rise, de Madame X (2019)
Chegamos ao último álbum de estúdio lançado por Madonna — até agora. Madame X tem um conceito bem definido e profundo, com a artista interpretando a personagem do título, uma agente secreta que muda identidades e luta pela liberdade. No material, a artista traz luz a diversas pautas sociais, com uma forte influência da cultura e música portuguesas. Em I Rise, ela dialoga sobre o empoderamento pessoal preservado após momentos tristes e decisivos que passamos. No início, ouvimos parte do discurso feito pelo ativista X González, um sobrevivente do atentado ocorrido na escola Stoneman High, situada na Flórida, em 2018. É uma música com mensagem forte e necessária, ótima para refletirmos sobre o mundo em que estamos vivendo. I rise up above it all.
O primeiro álbum de Madonna é o próprio suco dos anos 80. Temos músicas com bastante sintetizadores, bem animadas e com letras mesclando romantismo e um toque de sensualidade. Borderline, quinto single do material, é um dos favoritos de grande parte dos fãs, e não é diferente comigo. A energia alta, os ganchos que grudam na cabeça e a voz um pouco agressiva já mostram parte da identidade que veríamos na artista em toda a carreira. Esta música alcançou a 10ª posição na parada de singles americana, ilustrando o sucesso do projeto. keep pushin’, my love!
Like a Virgin, de Like a Virgin (1984)
Esta é um clássico da música pop. Acho que até os que desconhecem a discografia de Madonna, com certeza já devem ter escutado por aí. Like a Virgin é um divisor de águas em sua carreira, com uma letra provocativa ligando a perda da virgindade com a emoção de se apaixonar. Foi a primeira música da Madonna a alcançar a primeira posição na principal parada de singles estadunidense, consolidando o seu nome entre os maiorais da época. Can't you hear my heart beat for the very first time?
La Isla Bonita, de True Blue (1986)
Madonna e música latina: uma combinação que merecia mais atenção. Em La Isla Bonita, último single lançado do True Blue, a artista fala de um sonho acordado em San Pedro, uma possível ilha localizada na América Latina. Digo “possível” porque, como a própria Madonna diz, ela nunca visitou o local, sendo apenas um local apropriado para a atmosfera da música. Esta foi a primeira música da Madonna que ouvi na vida, graças àqueles DVDs Flashbacks de camelô. Uma curiosidade, que muitas pessoas não sabem, é que La Isla Bonita foi oferecida primeiramente para o Michael Jackson, que a recusou enquanto produzia seu álbum Bad. A revista Rolling Stone soltou essa fofoca, complementando que Madonna teria conhecimento dela a partir de um dos produtores do álbum de Michael, Patrick Leonard, e que ela teria modificado a letra e melodia junto a Leonard e um outro produtor do True Blue. Amo essas fofocas do pop! Ring through my ears and sting my eyes, your Spanish lullaby.
Oh Father, de Like a Prayer (1989)
Vamos chorar um pouquinho? O Like a Prayer é um dos álbuns mais importantes da cultura pop, em que os críticos o apontaram como o mais próximo de um conceito artístico que Madonna já tinha chegado até então. Todas as músicas que integraram o material foram compostas por ela, então, já é de se imaginar que grande parte refletiria questões pessoais de sua vida. Em Oh Father, uma das melhores baladas da carreira em minha opinião, a artista fala sobre o relacionamento complicado que ela teve com o pai, principalmente após a morte da mãe da artista. A carga dramática e pesada mostra um outro lado de Madonna, que segue um perfil mais sombrio e sentimental, pouco mostrado até então. You didn't mean to be cruel… Somebody hurt you too.
Deeper and Deeper, de Erotica (1992)
Vocês conhecem a Dita? Mistress Dita foi o nome que Madonna deu ao seu alter-ego durante a era mais sensual da carreira dela, Erotica. Ela é uma mulher forte, com o lado sexual bem aflorado e nada tímida. Eu amo esse álbum, e Deeper and Deeper é, com certeza, uma faixa de destaque entre os singles da artista. Unindo duplo sentido com ensinamentos dados pelo papai e mamãe — desculpem o "trocadilho" aqui —, somos transportados para o cenário pop dos anos 90, que misturava Techno com Deep House e Disco. Deeper and deeper and deeper and deeper.
Secret, de Bedtime Stories (1994)
Eu tenho que ser sincero com vocês: esse álbum ainda não caiu no meu gosto. Eu até o escuto algumas vezes, mas ele não se encaixa comigo como tantos outros da Madonna. Porém, uma ou outra música ainda me agrada bastante, e uma delas é Secret, primeiro single do material. É uma faixa melancólica, suave, com uma letra mencionando um namorado que, possivelmente, estaria guardando algum segredo dela. Ela pede para que ele conte este segredo, lembrando Confide in Me, single de Kylie Minogue lançado no mesmo ano de Secret. A voz dela, acompanhada do violão, é muito gostosa, e eu amo a versão single, que encerra no momento certo e tem a duração reduzida. My baby's got a secret.
Frozen, de Ray of Light (1998)
Chegamos ao meu álbum preferido. O Ray of Light foi um dos materiais definidores para todos os artistas que saíram do pop para o indie em algum momento da carreira, como a Taylor Swift com o Folklore. Nele, a rainha do pop decidiu imergir na espiritualidade, temática que estava bastante presente na vida dela na época, apostando em uma sonoridade experimental e letras mais místicas. O álbum por si só foi um sucesso de vendas e premiações, ganhando quatro Grammys em 1999. Frozen, primeiro single deste material, abre o trabalho como um bom resumo do que poderíamos encontrar no lançamento: letra profunda, sonoridade lenta e sentimental, energia espiritual forte e imponente. Este é um dos meus singles preferidos da carreira, sem dúvidas. You're frozen, when your heart's not open.
Don’t Tell Me, de Music (2000)
Ihaaaa! Music foi a era em que Madonna apostou no Country Music. Muito antes de Joanne, de Lady Gaga, e Younger Now, de Miley Cyrus, a rainha do pop já trazia o violão, o chapéu de cowboy e a fivela do cinto bem marcada no imaginário popular deste segmento. Mesmo com algumas fugindo um pouco dessa estética, em que ela apostou numa sonoridade mais eletrônica e cheia de autotune na voz, o que marcou mesmo o material foi a influência forte do country na divulgação, como em Don’t Tell Me. Gostosinha de ouvir, dá até para fazer uns passinhos aqui e ali, como se estivéssemos numa festa de rodeio. Claro que o pop também está presente, e a mistura dá certo, surpreendendo a muitos. Pega o chapéu de cowboy e vem comigo nessa. Please don't tell me to stop.
Nothing Fails, de American Life (2003)
Aqui eu sei que algumas pessoas vão discordar da minha escolha. Em 2003, Madonna lançou outro álbum bem polêmico, American Life. Nele, ela falou sobre questões políticas e sociais, o que acabou desagradando parte do público norte-americano. 20 anos depois, ouvindo novamente o projeto, temos a noção da importância dele, tanto para a discografia quanto para a discussão dessas pautas. Os dois primeiros singles não conseguiram sucesso comercial, já que falavam diretamente do governo estadunidense, a aspiração ao sonho americano de vida e a falsa glamourização do mundo artístico em Hollywood. Nothing Fails, terceiro single do American Life, foi a faixa escolhida para mudar um pouco essa visão do público, mas falhou em entrar na principal parada de singles daquele país. Mesmo assim, esta faixa é maravilhosa. Tem uma mensagem forte, romântica e linda. A adição do coral no final tornou a experiência de ouví-la bem mais perfeita. Nothing fails, you washed away my tears.
Sorry, de Confessions on a Dance Floor (2005)
Madonna de volta ao sucesso comercial! Não é segredo para ninguém que Confessions on a Dance Floor revolucionou a música pop naquela década, trazendo o gênero Disco de volta ao holofote. Sorry, segundo single do projeto, continuou este caminho iniciado pela perfeita Hung Up, que também poderia ter sido a escolhida para essa playlist. Porém, não tem como mentir: Sorry é uma obra-prima da discografia, com suas múltiplas traduções de 'desculpas' na letra e repetições que grudam na cabeça. É impossível não se apaixonar pelo ritmo dançante desta. I've heard it all before, I've heard it all before.
Give It 2 Me, de Hard Candy (2008)
Hard Candy não é o álbum preferido de muitos fãs. Eu até entendo o motivo, já que a sonoridade é ultrapassada aos ouvidos de hoje, e super cansativa em 90% do projeto. Give it 2 Me é uma das poucas que ainda escuto atualmente, em grande parte por me fazer voltar no tempo e escutá-la em tudo quanto era lugar entre 2008 e 2009. Marcou uma parte da minha vida, mesmo que pequena, então não podemos ignorar totalmente. Dá até para desfilar em casa. Não é assim tão mau, vai. I can go on and on and on.
Masterpiece, de MDNA (2012)
Um dos projetos mais comerciais de Madonna, o MDNA tem seus pontos fortes e fracos. A sonoridade, assim como ouvimos em Hard Candy, é bem característica do seu período de lançamento, e está tudo bem. Porém, podemos falar da obra-prima — trocadilho intencional, aqui — que é Masterpiece? Lançada como single apenas em alguns mercados, esta faixa serviu, também, como trilha sonora para o filme que a rainha do pop estava dirigindo na época. É melódica, suave, gostosa, sentimental, romântica, perfeita… Eu poderia continuar enchendo de adjetivos aqui, mas prefiro que vocês ouçam e entendam por si só. É uma das melhores de toda a carreira de Madonna, em minha opinião. 'Cause, after all, nothing's indestructible.
Ghosttown, de Rebel Heart (2015)
Eu gosto deste álbum. Sendo o 13º da carreira, acho que o Rebel Heart traz uma continuação boa e importante do trabalho de Madonna, mesclando a rebeldia, o pop gostosinho e algumas influências de reggae, hip hop e outros gêneros. É um pouco mais do mesmo? É, sim. Mas, na minha opinião, ele não chega a ser obsoleto e cansativo como outros. Ghosttown, segundo single dele, é um exemplo de música gostosa, uma balada meio sombria e romântica, e que parece refletir algo pessoal da artista. Inclusive, acho que merecia mais atenção, tanto dela quanto dos fãs. Gostaria de vê-lo na setlist da The Celebration Tour, próxima turnê dela. We'll be two souls in a ghost town.
I Rise, de Madame X (2019)
Chegamos ao último álbum de estúdio lançado por Madonna — até agora. Madame X tem um conceito bem definido e profundo, com a artista interpretando a personagem do título, uma agente secreta que muda identidades e luta pela liberdade. No material, a artista traz luz a diversas pautas sociais, com uma forte influência da cultura e música portuguesas. Em I Rise, ela dialoga sobre o empoderamento pessoal preservado após momentos tristes e decisivos que passamos. No início, ouvimos parte do discurso feito pelo ativista X González, um sobrevivente do atentado ocorrido na escola Stoneman High, situada na Flórida, em 2018. É uma música com mensagem forte e necessária, ótima para refletirmos sobre o mundo em que estamos vivendo. I rise up above it all.
You’ll See, de Something to Remember (1995)
Pra completar as 15 músicas da playlist, eu quis trazer um single da minha compilação preferida lançada pela Madonna. Something to Remember foi um álbum lançado por ela em 1995, reunindo as suas baladas divulgadas até então. Todo o projeto é uma delícia de ouvir. A voz dela combina muito com esse estilo de música, e, junto com as letras, formam um outro destaque enorme. You’ll See foi o responsável por abrir a promoção do álbum, e foi um acerto e tanto. Esta faixa reúne tudo o que uma boa balada tem que ter: sonoridade lenta, mas gostosa, ótimo instrumental e uma letra poderosa, romântica e um pouco triste. Tenho que destacar, aqui, o clipe desta música, que é uma continuação de Take a Bow, segundo single do Bedtime Stories. A Madonna está muito linda nesse, além de ter uma direção de arte perfeita. You'll see, somehow, someday.
E é isso. Ufa, 15 músicas para 15 eras não é tão fácil de escolher, hein? O que acharam dessa seleção de músicas da rainha do pop?
Comenta lá no nosso Instagram (@oiclubinho) suas opiniões e quais você alteraria. Estou ansioso para ver todos vocês lá!
Pra completar as 15 músicas da playlist, eu quis trazer um single da minha compilação preferida lançada pela Madonna. Something to Remember foi um álbum lançado por ela em 1995, reunindo as suas baladas divulgadas até então. Todo o projeto é uma delícia de ouvir. A voz dela combina muito com esse estilo de música, e, junto com as letras, formam um outro destaque enorme. You’ll See foi o responsável por abrir a promoção do álbum, e foi um acerto e tanto. Esta faixa reúne tudo o que uma boa balada tem que ter: sonoridade lenta, mas gostosa, ótimo instrumental e uma letra poderosa, romântica e um pouco triste. Tenho que destacar, aqui, o clipe desta música, que é uma continuação de Take a Bow, segundo single do Bedtime Stories. A Madonna está muito linda nesse, além de ter uma direção de arte perfeita. You'll see, somehow, someday.
E é isso. Ufa, 15 músicas para 15 eras não é tão fácil de escolher, hein? O que acharam dessa seleção de músicas da rainha do pop?
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