
(Foto: Divulgação)
Quando pegamos a capa de Rádio Silêncio nos deparamos com a frase “Escute a sua própria voz”. Uma frase que diz muito sobre o livro em si, mas que também diz muito sobre nós mesmo. E, para mim, o livro é exatamente sobre isso; sobre nos escutarmos, nos encontrarmos e, também, encontrar alguém que nos escute e nos entenda. Eu tentarei fugir o máximo dos spoilers nesse texto, ou pelo menos dar o mínimo possível, porque eu acredito que esse livro deve e merece ser lido. Então, espero que ao final dessa resenha eu consiga despertar um desejo urgente em você de ir correndo ler.
Rádio Silêncio é um dos sucessos de Alice Oseman, também autora de Heartstopper, lançado em 2016 – mas que só chegou em minhas mãos esse ano. “Rádio Silêncio fala sobre questões de identidade, a pressão para o sucesso, diversidade e a importância de escutar a sua própria voz”, trecho retirado da contracapa do livro.
Alice Oseman trouxe a história de dois adolescentes que estão passando pelo auge de suas preocupações, o final do colegial e o início da faculdade. Frances e Aled têm seus caminhos cruzados e começam a construir uma amizade. Frances está em seu último ano do ensino médio e trabalhando duro para entrar na universidade dos seus sonhos. Enquanto Aled acabou de entrar na universidade e é o criador do podcast favorito de Frances, o Universe City.
O livro tem uma abordagem um pouco diferente, que o tornou ainda mais especial para mim. Ele tem uma pegada mais simples, mais crua, sem um mega plot ou um mega romance. É apenas a convivência de dois adolescentes com todas as suas inseguranças e medos e questões. É um livro muito realista, e esse é o toque que deixa a história tão cativante. Muitos de nós já passamos ou sentimos pelo menos uma coisinha que foi exposta no livro, e a forma real como foi tratada nos permite nos ver na história. Diversos momentos durante a leitura foram como se eu estivesse sentindo a exata dor e angústia dos personagens; seja porque eu passei por algo parecido ou porque a realidade foi transcrita fielmente pela autora. É uma verdadeira imersão.
A obra aborda diversos temas importantes e presentes na vida dos adolescentes e jovens adultos. Como por exemplo: depressão, descoberta da própria sexualidade, familiar tóxico, sentimento de não-pertencimento, ansiedade, pressão e sentimento de insuficiência, entre outros. A cabeça de um adolescente é uma bagunça e o livro soube explorar muito bem isso.
Quando comecei o livro, achei que a história seria sobre a Frances, mas ao final, percebi que o livro era muito mais sobre Aled e a importância de um na vida do outro. Por mais que a narração seja da Frances, o livro em si é sobre tudo o que o Aled está passando, sobre Universe City e sobre o impacto que o Aled tem na vida da Frances e vice e versa. Claro que também tem muitos assuntos sobre a Frances e seus próprios problemas. Acredito, também, que o fato da Frances contar tudo isso sobre o Aled diz muito sobre ela. Sobre o lugar que o Aled ocupa na vida dela e como ela enxerga ele, pois ela está falando dele, tudo começa quando ela se aproxima dele, e no meio disso tudo é que ela se entende. É como se eles se encontrassem juntos. Se o livro tivesse uma continuação, eu diria que a Frances teria que saber quem ela é sem o Aled – é só um devaneio meu.
Um dos pontos tratados no livro é a depressão. Recentemente eu livro um outro livro com essa temática e eu fiquei extremamente decepcionada com a forma irresponsável que esse assunto tão delicado foi tratado. Já com Rádio Silêncio a experiência foi totalmente diferente. A autora abordou esse tema da forma mais fiel possível a realidade, de tal forma que a palavra “depressão” nunca foi usada no livro, mas você percebe só pela descrição dos sintomas e comportamentos. Não houve, em momento algum, a romantização dessa doença e, ainda, foi ressaltado a importância de se ter uma rede de apoio nesses momentos, nem que essa rede seja um grupo de amigos.
Na idade em que os personagens estão, o peso do mundo está nas costas deles. É o momento em que qualquer decisão que eles tomam parece ter o peso de vida ou morte. Escolha de universidade, de carreira, último ano escolar, início da vida adulta... é muita coisa e pressão é enorme. E no meio disso tudo, ainda são julgados pela nota em que tiram em uma prova. O livro também explora muito bem esse tema. Há uma crítica muito bem construída sobre a forma de avaliação escolar, como tudo gira em torno de uma nota, o seu valor como ser humano é determinado por uma pontuação em um teste.
No final, o livro foi uma experiência e tanto. Eu gosto de livros que me fazem sentir e esse com certeza foi um desses. Precisamos de alguém. Precisamos poder ser vulnerável com alguém, sem medo de julgamentos e com a certeza de que essa pessoa vai estar lá para nos dar a mão. Precisamos de alguém que nos ouça mesmo quando não estamos gritando. Porque a vida já difícil o suficiente e só piora quando estamos sozinhos. Essa foi a principal lição que o livro me passou. É um livro muito verdadeiro e muito reflexivo, e que merece ser lido.
Rádio Silêncio é um dos sucessos de Alice Oseman, também autora de Heartstopper, lançado em 2016 – mas que só chegou em minhas mãos esse ano. “Rádio Silêncio fala sobre questões de identidade, a pressão para o sucesso, diversidade e a importância de escutar a sua própria voz”, trecho retirado da contracapa do livro.
Alice Oseman trouxe a história de dois adolescentes que estão passando pelo auge de suas preocupações, o final do colegial e o início da faculdade. Frances e Aled têm seus caminhos cruzados e começam a construir uma amizade. Frances está em seu último ano do ensino médio e trabalhando duro para entrar na universidade dos seus sonhos. Enquanto Aled acabou de entrar na universidade e é o criador do podcast favorito de Frances, o Universe City.
O livro tem uma abordagem um pouco diferente, que o tornou ainda mais especial para mim. Ele tem uma pegada mais simples, mais crua, sem um mega plot ou um mega romance. É apenas a convivência de dois adolescentes com todas as suas inseguranças e medos e questões. É um livro muito realista, e esse é o toque que deixa a história tão cativante. Muitos de nós já passamos ou sentimos pelo menos uma coisinha que foi exposta no livro, e a forma real como foi tratada nos permite nos ver na história. Diversos momentos durante a leitura foram como se eu estivesse sentindo a exata dor e angústia dos personagens; seja porque eu passei por algo parecido ou porque a realidade foi transcrita fielmente pela autora. É uma verdadeira imersão.
A obra aborda diversos temas importantes e presentes na vida dos adolescentes e jovens adultos. Como por exemplo: depressão, descoberta da própria sexualidade, familiar tóxico, sentimento de não-pertencimento, ansiedade, pressão e sentimento de insuficiência, entre outros. A cabeça de um adolescente é uma bagunça e o livro soube explorar muito bem isso.
Quando comecei o livro, achei que a história seria sobre a Frances, mas ao final, percebi que o livro era muito mais sobre Aled e a importância de um na vida do outro. Por mais que a narração seja da Frances, o livro em si é sobre tudo o que o Aled está passando, sobre Universe City e sobre o impacto que o Aled tem na vida da Frances e vice e versa. Claro que também tem muitos assuntos sobre a Frances e seus próprios problemas. Acredito, também, que o fato da Frances contar tudo isso sobre o Aled diz muito sobre ela. Sobre o lugar que o Aled ocupa na vida dela e como ela enxerga ele, pois ela está falando dele, tudo começa quando ela se aproxima dele, e no meio disso tudo é que ela se entende. É como se eles se encontrassem juntos. Se o livro tivesse uma continuação, eu diria que a Frances teria que saber quem ela é sem o Aled – é só um devaneio meu.
Um dos pontos tratados no livro é a depressão. Recentemente eu livro um outro livro com essa temática e eu fiquei extremamente decepcionada com a forma irresponsável que esse assunto tão delicado foi tratado. Já com Rádio Silêncio a experiência foi totalmente diferente. A autora abordou esse tema da forma mais fiel possível a realidade, de tal forma que a palavra “depressão” nunca foi usada no livro, mas você percebe só pela descrição dos sintomas e comportamentos. Não houve, em momento algum, a romantização dessa doença e, ainda, foi ressaltado a importância de se ter uma rede de apoio nesses momentos, nem que essa rede seja um grupo de amigos.
Na idade em que os personagens estão, o peso do mundo está nas costas deles. É o momento em que qualquer decisão que eles tomam parece ter o peso de vida ou morte. Escolha de universidade, de carreira, último ano escolar, início da vida adulta... é muita coisa e pressão é enorme. E no meio disso tudo, ainda são julgados pela nota em que tiram em uma prova. O livro também explora muito bem esse tema. Há uma crítica muito bem construída sobre a forma de avaliação escolar, como tudo gira em torno de uma nota, o seu valor como ser humano é determinado por uma pontuação em um teste.
No final, o livro foi uma experiência e tanto. Eu gosto de livros que me fazem sentir e esse com certeza foi um desses. Precisamos de alguém. Precisamos poder ser vulnerável com alguém, sem medo de julgamentos e com a certeza de que essa pessoa vai estar lá para nos dar a mão. Precisamos de alguém que nos ouça mesmo quando não estamos gritando. Porque a vida já difícil o suficiente e só piora quando estamos sozinhos. Essa foi a principal lição que o livro me passou. É um livro muito verdadeiro e muito reflexivo, e que merece ser lido.
Olá, espero que alguém esteja me ouvindo... ops, me lendo.
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