Mãe Só Tem Duas: um olhar categórico sobre o relacionamento de Ana e Mari.

 (Foto: Divulgação/Netflix)

Madre Solo Hay Dos (Português: Mãe Só Tem Duas) é uma série mexicana de comédia e drama familiar escrita por Carolina Rivera e Fernando Sariñana. Ela está disponível na Netflix, e estreou sua terceira e última temporada em dezembro de 2022.

Quem acompanhou a última temporada de Mãe Só Tem Duas na Netflix, se viu imerso em um monte de perspectivas diferentes em relação ao relacionamento de Ana e Mariana. Relacionamento este que, apesar de ter tido um final feliz, deixou algumas pulgas atrás das orelhas do público. Não que tenha sido fácil chegar até aqui, afinal, não é toda série que proporciona soluções agradáveis em relação a casais homoafetivos. Mas, a questão que fica é: como se contentar com tão pouco, quando a série em duas temporadas anteriores acumulou uma imensidão de informações que não foram bem desenvolvidas?

Pessoas gostam de pessoas. E, nesse sentido, percebemos o quanto Ana (Ludwika Paleta), ficou deslocada enquanto as situações desabavam ao seu redor, o que fazia parte da trama de encontrar sua essência. No quesito sexual, Ana sempre se definiu como hétero e, posteriormente, começou a fugir de qualquer outra definição, deixando claro que Mariana era sua “one and only”. Em narrativas como esta, deve-se ter cuidado para não reforçar estereótipos, pois trata-se da representação de vivências que não são tão simples assim.   

Mas como tudo nos dramas pode piorar, a relação entre Ferrán (Matías Novoa) e Mariana (Paulina Goto) começa a ficar mais evidente. Em um ciclo de mentiras, as peças passam a se desencaixar. Ferrán aparece com a face do homem salvador, que no fundo é cheio de segredos, e arrebata Mariana. A partir daí, a história se banaliza por uma quantidade de planos falíveis e crises de ciúme aliadas a descontrole emocional. Com a chegada de Ferrán, o amor entre as duas fica de lado e o espaço é tomado por uma série de discussões recorrentes de um casal sem química (o que leva a entender que o término posterior entre Ferrán e Mari foi categoricamente rápido por não render gostos).

Acerca da visão familiar, tudo se tornou mais fluido, tanto que não dá pra perceber conflitos relacionados diretamente as bebês. A visão de negócios também ampliou, visto que se fala muito no desenvolvimento das carreiras de TODOS os personagens principais. Não se pode esquecer que acima de tudo é PRECISO falar de maternidade, afinal a trama é sobre mulheres empresárias que carregam o peso da série nas costas e que mostram que relações, apesar da rede de apoio, não são fáceis. As responsabilidades são postas em cima das mães, enquanto os homens no papel principal estão com as bebês para alívio cômico.

Para fechar o arco, o que saltou aos olhos do último episódio foi a relatividade em que um relacionamento de tanto tempo foi tratado. Ambas as partes felizes, mas o casal que já tinha uma história linda e desenvolvida foi forçado. Mari não parecia estar na mesma frequência de sentimento da Ana, principalmente após a viagem profissional para Tijuana, onde tudo soou como um grande agradecimento e não como uma expressão genuína de amor romântico.

Contudo, não podemos negar que foi incrível estar junto dos personagens nessas três temporadas e acompanhar a bela evolução que cada um teve – e o quanto as histórias foram se interligando. A série contribuiu, com certeza, para o rol de comédias familiares para aquecer o coração. Agora é só continuar acompanhando os atores e torcer pra um spin-off surgir por ai!
 
Nota: 8,5/10
Onde assistir? Netflix

Andressa Cristina
Andressa Cristina

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